14 de novembro de 2024
Eleitores de BH formam frente ampla contra bolsonarismo no segundo turno

Fuad recebe apoio das centrais sindicais no segundo turno

Os eleitores de Belo Horizonte (MG) se uniram para evitar a vitória de um bolsonarista nas eleições municipais. Se candidatos derrotados no primeiro turno – como Mauro Tramonte (Republicanos) e Gabriel Azevedo (MDB) – resistem a declarar apoio nesta reta final, a maioria de seus apoiadores não pensa duas vezes: é hora de reeleger o prefeito Fuad Noman (PSD) e, assim, derrotar Bruno Engler (PL) – o escolhido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O risco do retrocesso ficou claro no primeiro turno. Engler teve quase 100 mil votos a mais que Fuad – eles foram ao segundo turno com, respectivamente, 34,38% e 26,54% dos votos válidos. Tramonte – que liderou todas as pesquisas até a semana final de campanha – terminou com 15,22%. Na sequência, vieram Gabriel (10,55%), Duda Salabert (PDT, 7,68%) e Rogerio Correia (PT, 4,37%).

A esquerda se posicionou já na primeira semana após votação de 6 de outubro. Além de Duda e Rogério, os partidos do campo progressista anunciaram apoio a Fuad e alertaram para a ameaça de uma gestão bolsonarista na capital mineira. Segundo o PCdoB, por exemplo, “lideranças políticas da extrema direita” não têm “propostas para valorizar o trabalho, fortalecer a saúde, a educação e a cultura. Elas negam a ciência e a democracia, como vimos nos últimos anos”.

Por isso, o Partido orientou sua militância a “ir às ruas e às redes para dizer NÃO à extrema direita, autoritária, neofascista, machista, racista e homofóbica”. O voto em Fuad, conforme o PCdoB, “é pela democracia e pela construção de uma BH que não permitirá retrocessos políticos, econômicos, sociais e ambientais”, por “uma cidade mais inclusiva, com participação popular e livre de qualquer extremismo”.

Candidatos do centro e da direita, porém, resistiram em se posicionar. Gabriel disse que permanecerá neutro. Tramonte mantém suspense. Mesmo o governador Romeu Zema (Novo) – que apoiou Tramonte no primeiro turno – demorou mais de dez dias para aderir à campanha de Engler.

Ao eleitorado, pouco importou. Conforme pesquisa do Instituto Doxa, contratada pela Itatiaia e divulgada nesta quinta-feira (17), Fuad virou a disputa e deve vencer a eleição. O prefeito tem 50,5% das intenções de voto, contra 35,5% de Engler. Nos votos válidos, a vantagem é ainda maior: 58,7% a 41,3%.

Se concorrentes do primeiro turno não se definem, os eleitores se antecipam e convergem numa frente ampla para derrotar Engler e o bolsonarismo. Um recorte da pesquisa mostra que Fuad herda a maior parte dos votos de seus adversários. Ele conta com o apoio maciço dos eleitores não apenas de Rogério (87%) e Duda (83%) – mas também de Tramonte (51%) e Gabriel (50%).

O melhor desempenho de Engler se dá entre quem votou em Gabriel. Mesmo assim, são apenas 31% dos votos que foram no primeiro turno para o candidato do MDB. A pesquisa Doxa/Itatiaia ouviu 1.350 eleitores, de 13 a 15 de outubro. A margem de erro é de 2,67 pontos percentuais.

Com informações do portal Vermelho.