16 de novembro de 2024
p.10 - A urbanização contra o povo

O processo de urbanização das cidades tem gerado uma série de preocupações para o meio ambiente. As mudanças climáticas, os desastres ambientais e o crescimento de uma urbanização desconectada do planejamento urbano, vinculado a redução dos impactos ambientais, e a promoção de áreas verdes tem sido pauta do modo predatório do capitalismo.

A asfaltação das cidades e o desmatamento são questões geradoras de novas problemáticas urbanas. Se faz necessário repensar em larga escala, formas de pavimentação que não contribua para o aquecimento e a impermeabilização do solo. A pavimentação asfáltica vendida como desenvolvimento altera a dinâmica das cidades e tem consequências danosas para vida da população, agregada a extinção de áreas urbanas verdes e a arborização urbana.

A política ambiental e urbana para as cidades deve ter como norte uma nova cultura política para a urbanização e o desenvolvimento que possa conciliar a transversalidade e o cuidado com a vida, alinhada à ciência, tecnologia, planejamento e uma cultura escapatória.  O que não se faz como micro política, mas como política estruturante, de estado e como projeto de sociedade.

Urbanização e meio ambiente tem ligações direta, principalmente com a degradação socioambiental. O país retoma as discussões com participação social, através das Conferências das Cidades e do Meio Ambiente que terá incidência nos municípios e estados. A 6ª Conferência Nacional das Cidades terá como  o tema: “Construindo a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano: Caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social” está prevista para agosto 2025  e a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente com o tema “Emergência climática – desafio da transformação ecológica”, em maio de 2025. É essencial a participação dos movimentos sociais, partidos políticos e do campo da ciência nestes processos de luta pelo direito à cidade. A vida da humanidade está em disputa contra a barbárie.

Se a cidade se estrutura a partir da lógica da concentração e distribuição desigual do capital, certamente a luta pelo direito à cidade, perpassa pela construção de uma outra lógica de sociedade.

Neste contexto, o local e o global compõem a mesma unidade planetária.  A questão ambiental e o direito à cidade são pautas emergentes que atravessam a dimensão do capital e trabalho, identidades e as relações de exploração e opressão.

Ocupemos as conferências, as ruas e os campos numa grande ciranda em defesa da socialização da ciência para o desenvolvimento e a fartura de um planeta saudável e com justiça social.

Por Alexandre Lucas

Pedagogo e integrante do Coletivo Camaradas

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