
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), vai lançar um Comitê em Defesa dos Correios, na próxima quarta-feira (21), às 17 horas, no Plenário 3, da Câmara Federal. A iniciativa tem apoio da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios.
A criação do comitê visa recuperar a empresa e impedir as medidas anunciadas pela direção dos Correios de cortes de direitos como suspensão de férias, redução nas jornadas de trabalho com redução salarial e retorno obrigatório ao trabalho presencial. A direção da empresa anunciou que teve um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano passado e quer economizar R$1,5 bilhão. (Veja lista das medidas abaixo).
Os trabalhadores querem mobilizar os parlamentares em defesa da estatal e buscam uma audiência com o presidente Lula para entregar um documento e pedir investimentos para a empresa, que sofreu um forte sucateamento nos anos do governo Bolsonaro quando estava na lista da privatização e, ainda hoje sofre para conter os prejuízos financeiros ao longo dos anos.
O secretário-Geral da Fentect, Emerson Marinho, diz que é preciso fortalecer as empresas estatais, como é compromisso do presidente Lula, mas sem um plano de recuperação e investimentos por parte do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), as empresas não vão se recuperar sozinhas.
“Nós vamos fazer uma mobilização no Congresso, mas também vamos formular um documento para tentar chegar ao presidente Lula e conversar com ele. Nós somos gratos por ele ter tirado os Correios da linha de privatização, mas as medidas de recuperação não podem recair em cima dos trabalhadores e das trabalhadoras, que continuam produzindo. Isso não é justo”, diz.
Para evitar a implementação dessas medidas, a Fentect, assim que tomou conhecimento na tarde da última segunda-feira (12), acionou o departamento jurídico para entrar com uma medida cautelar antecipada a fim de garantir que os 86 mil trabalhadores continuem tendo seus direitos assegurados.
“A redução de carga horária com redução de salário vai exatamente na contramão do que hoje a nossa Central [CUT] e o movimento sindical estão pedindo, que é o fim da escala 6 X1, sem redução de salário”, ressalta Marinho.
O anúncio dos Correios também foi criticado pela secretária da Mulher Trabalhadora da CUT nacional, Amanda Corcino, que também é presidenta do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno (Sintect-DF).
“A suspensão de férias é um ataque direto aos trabalhadores, que terão seu descanso anual adiado, gerando sobrecarga física e mental. Já a redução salarial disfarçada de ‘ajuste de jornada’ é inaceitável, vai na contramão do debate que toma conta do país da redução de jornada sem redução salarial”, afirmou em entrevista ao Portal Metrópoles. A dirigente está em viagem, participando do seminário da CSA.
Fonte: site da CUT