
O Dia do Gari é lembrado anualmente, em 16 de maio, e destacado, no Ceará, pelo Seeaconce, sindicato que no Ceará representa a categoria, formada por valorosos trabalhadores, que atuam debaixo de sol e de chuva, noite e dia. A categoria conquistou reajuste real na Convenção Coletiva de Trabalho 2025, com muita luta dos trabalhadores e do sindicato. O percentual total de correção (reposição da inflação, mais reajuste) para as faixas salariais iniciais foi de 7,5%.
Também foi conquistado reajuste real na grande maioria dos direitos e benefícios assegurados em convenção coletiva, como vale-alimentação e cesta básica, ajuda de custo, além do adicional de insalubridade.
Outro avanço importante, um diferencial na convenção deste ano, foi a conquista do auxílio-creche também para os homens, possibilitando que estes contem com esse recurso importante e que possam também ter mais condições de se dedicar aos cuidados com os filhos. Pelo avanço conquistado, o auxílio-creche passa a poder ser pago também ao pai de crianças de zero a seis anos. Antes, somente as mães recebiam o auxílio.
O pai passa a contar também com o direito a faltar ao trabalho sem desconto do dia, para acompanhar o filho em atendimento médico, desde que devidamente comprovado. Esse avanço é importante também para as mulheres, porque, dessa nova forma, os pais passam a participar mais do cuidado com os filhos, em dia de atendimento médico, diminuindo um pouco a sobrecarga sobre as mulheres.
Penha Mesquita, presidente do Seeaconce, parabeniza os trabalhadores garis pelas vitórias conquistadas e reforça que só a mobilização leva aos avanços. “Conseguimos, felizmente, com muita luta, avançar em melhorias como reajuste salarial real e também valores melhores para os diversos direitos. Isso é fruto da luta dos trabalhadores, da presença da base, de cada um e cada uma que está junto com o sindicato nessa batalha, nas visitas aos locais de trabalho, nas manifestações, nas assembleias, mostrando para os patrões que estamos unidos e fortes e que é preciso respeitar quem trabalha e melhorar as condições de vida desse trabalhador, dessa trabalhadora”, ressalta Penha Mesquita.
“Nesta data especial, o Seeaconce destaca a importância dessa categoria e convida a sociedade a um novo olhar sobre os garis, com mais reconhecimento, carinho e respeito a esses trabalhadores tão essenciais. É preciso superar a invisibilidade e a discriminação. Os garis merecem o nosso abraço, o nosso reconhecimento, hoje e todos os dias”, destaca Penha Mesquita, presidente do sindicato que representa, entre outras categorias, os trabalhadores e as trabalhadoras de limpeza pública.
“Queremos dar os parabéns e abraçar os garis que trabalham em todo o Estado do Ceará, que continuaram a trabalhar mesmo nos piores momentos da pandemia, arriscando sua vida para dar continuidade à missão de contribuir para a saúde pública através da limpeza. Nossa luta de todos os dias é para que os garis possam ter melhores salários, melhores condições de trabalho e o devido reconhecimento por parte da sociedade”, ressalta Penha Mesquita.
Curiosidade: a origem do termo “gari”
O termo “gari” surgiu justamente em homenagem ao francês Pedro Aleixo Gary, que se destacou no Brasil como o responsável por uma empresa de limpeza urbana, em 1876, no Rio de Janeiro. Já a categoria dos garis só seria legalmente reconhecida em 1962.
Muitas vezes “invisíveis” aos olhos de uma sociedade marcada pelo consumo e pelo capital, os garis realizam diariamente a coleta de lixo domiciliar, de itens descartados de forma errada, fora das lixeiras, e de resíduos naturais, como folhas de árvores, além do lixo de estabelecimentos comerciais, até certo volume.
No Brasil, mesmo antes do contexto de pandemia, ainda temos diversos desafios quanto à valorização – salarial e social – dos garis e à implementação de práticas de sustentabilidade, como a coleta seletiva, que favorece a reciclagem de papéis, vidros, metais e plásticos. Separando esses materiais de forma adequada, cada pessoa pode ajudar os garis a contribuir para a preservação do meio ambiente. Há muito a avançar em estrutura e mudança cultural para que mais residências e condomínios implementem essas medidas.