15 de maio de 2025
No SIRENE lutadora Margarina Alves é homenageada pela dirigente sindical Fátima Oliveira

Foto: Reprodução

A cidade de Juazeiro do Norte (CE) sedia até o próximo domingo, 4, o Encontro SINASEFE Regional Nordeste – SIRENE, quando se debate temas relativos ao movimento sindical no serviço publico federal, a organização dos servidores dos institutos técnicos federais, dentre outros temas importantes para a categoria.

No primeiro dia do SIRENE a dirigente do SINASEFE – Natal (RN) Fátima Oliveira usou o microfone no espaço dedicado ao Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras e falou da importância das lutas sindicais no Brasil, falou também do 1º de maio e das lutas dos servidores das instituições de ensino técnico.

Fátima Oliveira destacou ainda a importância do SIRENE no debate das pautas dos servidores das instituições de ensino técnico, das pautas da categoria e da necessidade de unidade nas lutas dos servidores e trabalhadores.

Ao final de sua fala, Fátima Oliveira aproveitou o espaço e fez uma homenagem à Margarida Alves, uma agricultora familiar, líder sindical e camponesa brasileira assassinada em 12 de agosto de 1983, um crime bárbaro contra uma pessoa que dedicou toda a sua vida a lutar em defesa de causas fundamentais para os trabalhadores e trabalhadoras do Nordeste e do Brasil.

Margarida Maria Alves sempre lutou contra o regime militar e em defesa dos direitos das mulheres, dos direitos humanos e da democracia. E durante o período em que esteve à frente do sindicato local de sua cidade, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas na Paraíba durante a ditadura militar.

Leia o poema lido e escrito por Fátima Oliveira:

Somos Todos Margaridas

Era luta todo dia
Labuta de casa à roça
E sabia que a terra que via
Sairia dali boas novas
Por isso cantava por todos os lados
A música da liberdade
Denunciando os abusos
Dos donos da terra e da verdade.

Mas foi em um dia desses
Um dia desses de luta
Que capangas lhe tiraram a vida
Em nome dos que dominavam
Incomoda a mulher
Que falava pelos seus
Mulher que já era flor
Cuja vida o nome lhe deu.

Os homens a derrubaram com bala
No seu terreiro de barro
Mas do chão brotaram as sementes
E deram milhares de flores
Mulheres de todo o Brasil
Todas em marcha pela vida
Todas em luta Margarida.

Por Fafá Oliveira