9 de março de 2025
8M Cariri: Mulheres vão às ruas por reparação e bem-viver

Foto: Reprodução

Desde 1975, mulheres trabalhadoras tomam as ruas no Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, para reivindicar direitos sociais e políticos historicamente negados. A data, impulsionada pelo movimento de mulheres, marca o início da luta anual da classe trabalhadora.

No Cariri, a marcha acontecerá no dia 12 de março (quarta-feira), às 8h, com concentração na Prefeitura do Crato. Com o tema “Mulheres negras por reparação e bem-viver”, o ato se somará à Marcha das Mulheres Negras do Cariri, reforçando a luta contra as desigualdades estruturais.

O movimento destaca a necessidade de reparação pelos 388 anos de escravização no Brasil e pelos resquícios do colonialismo que ainda moldam as estruturas de poder. O manifesto da marcha denuncia a continuidade dessas opressões nos regimes ditatoriais, autoritários e fascistas que se expandem internacionalmente e encontram eco nos movimentos neoliberais e de extrema-direita no país. “Reparação pelas consequências das ditaduras, da era Vargas, do regime militar, e também as que acontecem hoje no plano da política de (in)segurança pública que chamam de “guerra às drogas” o encarceramento em massa e o genocídio do povo negro que segue em curso hoje; reparação pelas mais de 700 mil mortes durante a pandemia; reparação pelos índices de maior taxa de mortalidade das mulheres trans e travestis do mundo que o Brasil segue liderando; reparação pelo atraso na demarcação das terras indígenas e quilombolas; reparação pelos regimes de trabalhos em condições iguais à escravidão, que seguem sendo os postos de labor que a população negra ainda ocupa [ .]”, diz o manifesto.

8M Cariri: Mulheres vão às ruas por reparação e bem-viver
Foto: Reprodução

Além da reparação histórica, a marcha reivindica o bem-viver como base para uma sociedade livre de racismo, machismo, LGBTfobia, capacitismo, etarismo e outras formas de violência. “Bem Viver enquanto fundamento essencial para a construção de uma democracia plena, com ampla participação social em todas as instituições de poder e saber, pautada na diversidade de representações dos povos do nosso país e na pluralidade de ideias”, afirma o documento.

Além disso, o ato de rua também reivindica a aprovação da PEC que propõe o fim da escala 6×1, estabelecendo uma jornada máxima de 36 horas semanais, com quatro dias de trabalho e três de descanso. Outra pauta central do movimento é a prisão para Jair Bolsonaro e demais envolvidos em atos golpistas contra a democracia brasileira.

O Movimento de Mulheres do Cariri convoca todos a se engajarem na luta por Reparação e Bem Viver, reforçando o chamado da II Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em novembro deste ano, em Brasília.

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