Após resultados abaixo do esperado nas eleições municipais de 2024, o governo e o PT intensificaram discussões sobre as eleições de 2026. De acordo com informações do Valor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu focar na disputa pelo Senado, considerada essencial para a estratégia política do Planalto.
O Senado, que pode pautar processos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou-se um campo estratégico para conter avanços bolsonaristas. A oposição, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, também planeja fortalecer sua presença na Casa em 2026. Lula já trabalha na formação de chapas competitivas. No Rio Grande do Sul, o presidente indicou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, como candidato ao Senado, e Edegar Pretto, da Conab, para o governo estadual. Pretto, que chegou ao segundo turno em 2022 contra Eduardo Leite (PSDB), surge como forte nome local. “Ainda não há conversas oficiais, mas é um cenário discutido”, afirmou Pretto ao Valor. No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT) é praticamente certa para disputar uma vaga no Senado ao concluir seu segundo mandato.
Desafios em outras regiões
A situação é mais complexa em Estados como a Bahia e Alagoas. Na Bahia, a possível candidatura de Rui Costa, ministro da Casa Civil, ao Senado pode resultar em uma chapa apenas do PT, o que pode desagradar aliados como o PSD. Em Alagoas, a disputa pela vaga de senador inclui Renan Calheiros (MDB) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o que pode intensificar as tensões políticas. Uma alternativa seria apoiar Renan Filho (MDB), ministro dos Transportes, para o governo estadual. Minas Gerais é outro desafio, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), ambos cogitados para o Senado ou governo estadual. Silveira expressou confiança em Pacheco: “Acredito que ele será candidato a governador, pois Minas precisa de um líder com sua força política e alinhado com Lula.”
No Ceará, Lula precisa conciliar o desejo de José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, de disputar o Senado, com as aspirações de Cid Gomes (PSB) e Eunício Oliveira (MDB). No Amapá, a situação inclui Waldez Góes (PDT) e Randolfe Rodrigues (PT), além da possibilidade de Rayssa Furlan (Podemos) entrar na disputa, complicando o cenário e as relações com o senador Davi Alcolumbre (União).
Com informações de Brasil 247