Durante o período eleitoral, é importante manter a distinção entre fé, política e religião para preservar a integridade de ambos os campos. A política envolve a organização da vida pública, a definição de políticas e a escolha de representantes que visem ao bem comum. Já a religião trata da fé, valores espirituais e pessoais. Misturar essas esferas pode gerar conflitos e distorcer o propósito de cada segmento.
Em um momento da história da humanidade e do Brasil em que oportunistas como o bolsonarismo utilizam a fé das pessoas e as instituições religiosas como arma política, então, é preciso refletir sobre esse tema e alertar a sociedade como um todo.
Em uma democracia, as decisões políticas devem atender a todos os cidadãos, independentemente de suas opiniões religiosas. Quando a religião é utilizada como ferramenta política, corre-se o risco de criar divisões, promover intolerância e desviar o foco das discussões importantes para o Brasil, como vem sendo feito nos últimos anos.
A utilização da religião para levar vantagem nas eleições também vem sendo feito sem uma gota de ética. Exemplo claro quando Bolsonaro e seus seguidores falam em Deus, Pátria e Família, mas quando assumiu o poder promoveu a perda de direitos dos trabalhadores, o negacionismo na vacina e na pandemia e promoveu a fome com o Brasil chegando a 33 milhões de pessoas no mapa da fome.
O exemplo de políticos que misturam religião e política para levar vantagem estão espalhados pelo mundo e os resultados não foram bons. Basta lembrar Hitler que em seu discurso falava de temas como Deus, Pátria e Família. O resultado foram milhões de judeus, ciganos e europeus mortos. E na quase destruição do mundo.
A continuidade desse princípio de separação é fundamental para garantir que o Estado permaneça laico, ou seja, neutro em relação a qualquer religião. Isso não significa que uma religião não tenha espaço na vida pessoal ou nas convicções dos candidatos, mas que as decisões políticas não devem ser pautadas por dogmas religiosos. Cada indivíduo tem o direito de professar sua fé livremente, mas as políticas públicas devem contemplar todos, sem privilegiar uma opinião religiosa ou por qualquer motivo.
Quando política e religião se misturam, há o risco de comprometer a imparcialidade do governo, excluindo ou marginalizando grupos que não compartilham da mesma fé predominantemente. Em tempos de eleição, é essencial que os candidatos apresentem propostas baseadas em dados, fatos e soluções reais para os problemas da sociedade, em vez de se apoiarem em discursos religiosos que não representam a totalidade da sociedade.
Por isso, é responsabilidade dos eleitores e dos líderes religiosos manterem essa distinção, promovendo um ambiente político inclusivo e equilibrado. Assim, a democracia se fortalece, respeitando tanto a diversidade religiosa quanto a democracia.
Essa separação também protege a própria liberdade religiosa, evitando que uma fé especificamente domine as decisões políticas e, consequentemente, imponha suas visões a toda a sociedade.
Quando os espaços públicos e privados são claramente delimitados, cria-se um ambiente em que todos os que estão envolvidos e podem coexistir, sem diferenças.