O Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura, convida a população para um encontro especial com o acervo de uma das mais importantes instituições museológicas do estado. Nesta sexta-feira (6), às 14h, o Museu do Ceará, espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), inaugura a exposição “Histórias do Museu do Ceará”.
A mostra acontece no Anexo Bode Ioiô e permite um mergulho nos principais eventos que marcaram os mais de 90 anos de existência do Museu do Ceará. A curadoria é assinada por Cristina Holanda e Regis Lopes. Dentre as várias peças reunidas, destaca-se o retorno do famoso Bode Ioiô, que acabou de ser restaurado.
“É uma enorme alegria inaugurar essa exposição que apresenta a trajetória institucional do acervo do Museu do Ceará. Esse material é extremamente relevante e importante para conhecermos nossa história, sendo o Museu um equipamento que conta com mais de 90 anos de existência”, explica Luisa Cela, secretária da Cultura do Ceará.
A abertura contará com a presença de curadores, pesquisadores, equipe educativa e profissionais que trabalharam no processo de construção da mostra. Em “Histórias do Museu do Ceará”, a população pode reencontrar o bode que é considerado um ícone da cultura cearense.
“Histórias do Museu do Ceará” pode ser visitada de quarta-feira a sábado (exceto feriados), das 9h às 16h. Este passeio na história do Ceará é gratuito e cabe na programação de todas as faixas etárias. Um encontro para alunos, pesquisadores e quem adora adquirir conhecimento.
A mostra faz parte do projeto “Pensar Museus no Ceará”, viabilizado a partir do “Edital de Programação Cultural do Museu do Ceará”, da Secult Ceará. Coordenado pela Associação dos Amigos do Museu do Ceará (ASMUSCE), o projeto realiza exposições e atividades itinerantes como debates, exibição de documentários e a “Formação em Museus”, que percorre seis municípios cearenses por meio do Sistema Estadual de Museus (SEM/CE).
Refletir o espaço do Museu
“Histórias do Museu do Ceará” reúne imagens, objetos, textos para a reflexão, além de uma instalação artística. A mostra busca evidenciar algumas peças do acervo que começou a se formar a partir de 1932, como o famoso Bode Ioiô, o quadro “Fortaleza Liberta” e diferentes artefatos arqueológicos.
Para conduzir o público por esta jornada, a curadoria adentrou o amplo e diversificado acervo do Museu e escolheu algumas peças que foram ganhando, ao longo tempo, significados diferentes e às vezes controversos. “É o caso, por exemplo, do quadro ‘Fortaleza Liberta’”, nos conta a curadora Cristina Holanda.
“Produzido no século XIX, o quadro já foi o símbolo de uma abolição da escravatura realizada pela ‘benevolência’ de brancos. Hoje é apresentada como testemunho de uma invisibilidade intencional do protagonismo de negros libertos, forros e escravizados na luta por liberdade universal”, detalha.
Além de aproximar visitantes da história do Museu, a mostra pretende suscitar o debate sobre as possibilidades e limites da construção do conhecimento no entrelaçamento entre a produção escrita e a cultura material.
“O principal objetivo da curadoria é mostrar que os significados atribuídos à cultura material dos museus está sempre se relacionando com o tempo presente, com a produção escrita dos institutos de pesquisa, jornais e universidades de cada época”, conclui Cristina Holanda.
Bode Ioiô retorna
Personagem cravado no bem-querer dos cearenses, o Bode Ioiô testemunha outro capítulo de sua trajetória centenária. Uma das atrações mais populares do Museu do Ceará, a peça ganhou um completo trabalho de restauração.
O processo foi realizado no Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha (MHNCE), localizado na cidade de Pacoti, instituição vinculada à Universidade Estadual do Ceará (Uece). O restauro foi efetuado pelo taxidermista e museólogo especializado em história natural, Emerson Boaventura, com atuação há 40 anos no campo. As melhorias propiciadas incluem higienização e esterilização do animal, com retoque, implante e coloração de pelagem, além de inclusão de chifres, orelhas e um novo rabo.
O evento conta com a parceria do Museu Ferroviário Estação João Felipe, espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece) e é gerido em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Coordenado pela ASMUSCE, o “Pensar Museus no Ceará” protagoniza exposições e atividades itinerantes como debate, exibição de documentários e a “Formação em Museus”, que percorre seis municípios cearenses por meio do Sistema Estadual de Museus (SEM/CE).
Em março, o projeto viabilizou a mostra “Museu Pra Quem?” e agora entrega uma nova experiência com as nossas origens. “Histórias do Museu do Ceará” traz o acervo de uma das mais importantes instituições museológicas do estado e repercute o constante olhar e reflexão em torno destas peças.