22 de novembro de 2024
Índice de confiança nas principais instituições brasileiras mantém igrejas na liderança e aponta alta no STF e nas Forças Armadas

PH Freitas/Exército BrasileiroFonte: Agência Senado

A nova edição da pesquisa “A Cara da Democracia”, do Instituto da Democracia (IDDC-INCT), mostra que houve pouca variação em relação aos índices constatados em pesquisas anteriores . As igrejas seguem na liderança do ranking entre as que tiveram a avaliação testada, com 77% de confiança dos brasileiros em diferentes graus — do total, 39% afirmam “confiar muito” —, enquanto os partidos políticos se mantêm na lanterna — apenas 5% “confiam muito” nas legendas, e outros 45% confiam “mais ou menos” ou “pouco” nelas.

Embora estejam no topo do ranking, as igrejas registraram recuo no percentual de plena confiança nelas pelo segundo ano consecutivo. No ano passado, 42% diziam confiar muito nelas, índice que era de 44% em 2022. Já o contingente que não confia nessas instituições passou de 19%, no ano passado, para os atuais 22%. As oscilações estão na margem de erro geral da pesquisa, estimada em dois pontos para mais ou menos, e as taxas atingidas se igualam ou até superam às do período entre 2018 e 2021.

Já os partidos políticos geram desconfiança em 49% dos entrevistados. Esse percentual era de 48% no ano passado, mas já foi 78% em 2018.

Movimento semelhante ocorreu com o Congresso, que viu o percentual de brasileiros que dizem não confiar no Legislativo cair de 58%, há seis anos, para os atuais 41%. Esse índice, porém, já foi menor em anos recentes. Em setembro de 2022, os que não confiam no Congresso atingiram o menor patamar (38%) e desde então passaram a oscilar para cima, indicando tendência de alta.

Os que confiam muito nas Forças Armadas, por sua vez, tiveram variação positiva. O indicador registrou recuos seguidos nos últimos anos, em meio à associação do Exército, Marinha e Aeronáutica ao governo de Jair Bolsonaro (PL). O índice passou de 20%, em 2023, para 22%, em alteração na margem de erro.

O percentual ainda está aquém do verificado ao longo da série histórica. Em 2018, antes da posse de Bolsonaro, chegavam a 31% os que confiavam muito nos militares. Já o grupo dos que não confiam na instituição oscilou de 30% para 29%.

O Supremo Tribunal Federal (STF), que também registrou alta na desconfiança ao longo do governo Bolsonaro, em meio a ataques do ex-presidente e embates com outros Poderes, desperta “muita confiança” em 15% (eram 14% em 2023), enquanto 45% afirmam confiar “mais ou menos” ou “pouco” na Corte. Já os que não confiam são 37% (eram 36% no ano passado). Esse índice já foi maior, de 43% em 2021.

Já a taxa de desconfiança da Justiça Eleitoral passou de 31% para 32% no ano das eleições municipais, enquanto os que dizem “confiar muito” nessa instituição recuaram de 25% para 23% no mesmo período.

A pesquisa “A Cara da Democracia” foi feita com 2.536 entrevistas presenciais de eleitores em 188 cidades, de todas as regiões do país, entre 26 de junho e 03 de julho. O levantamento é financiado pelo CNPq, Capes e Fapemig. O IDDC-INCT reúne pesquisadores das universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos e o índice de confiança é de 95%.

Com informações de O Globo