20 de setembro de 2024
Em agosto estreia a série Cidade de Deus: A Luta Não Para

Foto: Reprodução

Cidade de Deus: A Luta Não Para, produzida pela O2 Filmes tem estreia marcada para agosto deste ano, a produção nacional terá seis episódios e se passará duas décadas depois do filme homônimo premiado internacionalmente.

Cidade de Deus: A Luta Não Para é uma das produções mais aguardadas da Max. Passados mais de vinte anos da estreia do filme, a nova série pretende mostrar o que se passou desde os eventos de 2002, mas esse retrato introduz novos elementos ao universo que conhecemos no filme de Fernando Meirelles Kátia Lund. Por exemplo: agora, temos um novo chefe do crime organizado, Curió, que será interpretado por Marcos Palmeira. Durante uma visita ao set da produção, o Omelete pode conversar com o ator e entender o que esperar desta nova figura na Cidade de Deus.

Palmeira diz que seu personagem “trouxe uma tranquilidade que eles [da Cidade de Deus] estavam precisando depois do Zé Pequeno, que foi uma barra pesada”. Revelando alguns detalhes da trama, o ator explica que “Curió acha que consegue segurar os meninos da Caixa Baixa. Ele consegue até durante um bom tempo, mas aí as coisas vão acontecendo”.

No caso do grupo de bandidos conhecido no filme como Caixa Baixa, boa parte daqueles personagens retorna na série como antagonistas. A ameaça apresentada por eles, no entanto, não parece preocupar o personagem de Palmeira, que afirma ser mais poderoso que Zé Pequeno. “Acho que ele tem mais poder porque quando você é querido, você acaba tendo mais poder. E ele lida bem com a polícia, com os traficante e as outras facções. [O Curió se dá] muito bem com a comunidade, a palavra dele vale muito”, explica.

Para construir esse personagem, que mescla os perigos da criminalidade com o amor pela favela, Marcos Palmeira resgatou um pouco do que fez em Boca de Ouro (2020) e na série A Divisão“Acho legal que todo mundo tem vários lados. Acho que esse lado mais psicológico dos personagens é muito rico na série. Ele [Curió] vive sob uma certa pressão, então acho que é legal humanizar isso”.

Quando Cidade de Deus estreou em 2002, o currículo de Palmeira já tinha títulos como a primeira versão de PantanalTorre de Babel e Irmãos Coragem. Ainda assim, ele admite que o filme o impactou e avalia o que mudou desde o seu lançamento.

“É um filme que traz muitas reflexões. O Fernando Meirelles foi muito feliz na época. A única coisa triste nisso tudo é que, 20 anos depois, a gente não ouve tanto dessa evolução na comunidade. É como se o poder público tivesse piorado — e piorou”, explica, antes de fazer um desabafo sincero: “O Rio de Janeiro já passou por muitos governadores. Todos foram presos, inclusive o atual deveria estar preso [entrevista de setembro de 2023]. É um estado feito através da bandidagem e da milícia e quem sofre é a comunidade, quem tem menos culpa disso”.

Mas, na contramão dos problemas da comunidade — excessivamente explorados no filme, a série de Cidade de Deus vai mostrar o lado bom da região e como a cultura muda a vida das pessoas dentro das favelas. “Acho que essa série pode trazer outro olhar para a Cidade de Deus”, diz Palmeira. “Tem música, tem arte, é muita arte. Acho que isso é uma coisa interessante”.

Com direção de Aly Muritiba (Cangaço Novo), Cidade de Deus: A Luta Não Para também conta com Alexandre Rodrigues, Roberta Rodrigues, Edson Oliveira Andréia Horta no elenco. A série tem estreia marcada para agosto, pela Max.

Fonte: site Omelete