20 de setembro de 2024

EDITORIAL

Jornal Leia Sempre Brasil 

Cadê o dinheiro das privatizações?

As privatizações voltaram com força no Brasil após a vitória de uma série de políticos ligados à grandes grupos econômicos. Não falamos de políticos conversadores comuns e liberais. Falamos da extrema-direita que cresce no Brasil com alguns objetivos direitos.

O primeiro objetivo deles é aprovar uma pauta de costumes para poder ter discurso diante da sociedade.

O segundo ponto é uma bancada de políticos neoliberais espalhados pelos estados brasileiros que lutam para diminuir o poder e influência do Estado em todas as esferas. Contam com forte apoio da mídia corporativa preocupada em defender estado mínimo e criticar avanços nas áreas sociais do atual governo chamando esses avanços de gastos.

Daí porque as privatizações são um elemento fundamental da estratégia desses setores. A ordem é privatizar, colocar estados como Rio Grande do Sul, Paraná e outros na fileira do chamado estado mínimo e no “sucesso” da política neoliberal.

No Paraná o governador Ratinho Jr. privatiza escolas. E antes privatizou já outras estatais em negócios milionários com transferência de patrimônio e renda para grandes grupos econômicos. O ex-senador Roberto Requião em seu X (antigo Twitter) denunciou o governo do Paraná: “Vocês já perceberam que o nosso Paraná está sendo destruído? Venda da COPEL, venda da Sanepar, pedágio absurdo e agora a privatização da escola pública?”.

O mesmo acontece em São Paulo com Tarcísio de Freitas que já privatizou parte das linhas do metrô e a SABESP – a companhia de água.

Lá no Rio Grande do Sul não é diferente. Em uma matéria publicada no site do governo gaúcho em fevereiro deste ano o governador Eduardo Leite (PSDB) se gabava das ações de sua gestão em ser líder em privatizações no Brasil.

No site do governo diz: “O governador enumerou ainda outros projetos de concessões e PPPs que estão em andamento, somando mais de R$ 11 bilhões em investimentos. Entre eles destacam-se as concessões dos Blocos 1 e 2 de rodovias estaduais, do Cais Mauá, em Porto Alegre, dos aeroportos regionais Lauro Kortz, em Passo Fundo, e Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo, além do programa de PPPs para realização de reformas estruturais em 100 escolas de regiões em situação de vulnerabilidade social.”

Até escolas no alvo do neoliberal Leite que diz agora não ter dinheiro para resolver os problemas da população e das propriedades dizimadas pelas enchentes no RS depois de privatizarem até as empresas estatais responsáveis por impedir alagamentos.

A pergunta que não podemos como sociedade deixar de fazer é a seguinte: para onde está indo esses bilhões das privatizações? Quais investimentos públicos foram ou serão feitos por esses governantes privatistas? O dinheiro vai para a saúde, educação, infraestrutura, construção de casas populares? Esse dinheiro está em quais contas? Cadê a transparência desses negócios?

Imagem: Reprodução/Sindsep-PE