22 de novembro de 2024

Neste sábado (9), representantes da Polícia Militar e deputados estaduais organizaram uma manifestação em apoio à Operação Verão III, que já resultou na morte de 39 pessoas na Baixada Santista e foi objeto de denúncias por organizações de direitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU).

“É crucial mostrar hoje para a parte política e jurídica que os moradores da Baixada Santista não suportam mais viver sob o domínio do crime organizado”, afirmou o deputado Tenente Coimbra (PL) durante o evento.

A mobilização foi convocada por Coimbra, pelo deputado Paulo Mansur (PL) e por entidades ligadas à Polícia Militar (PM) por meio das redes sociais, em Santos.

Um veículo de som foi posicionado no local, e alguns manifestantes exibiram cartazes e faixas com mensagens como “Eu apoio a Polícia Militar” e “Vidas de policiais importam”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) foi contatada, mas não forneceu informações sobre o número de participantes do ato.

A Operação Verão foi lançada em fevereiro deste ano após o falecimento do soldado Samuel Wesley Cosmo, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), e é a mais violenta dos últimos 30 anos no estado.

Entidades de defesa dos direitos humanos têm denunciado a operação, alegando que policiais têm praticado tortura e intimidação na Baixada.

O ouvidor da Polícia paulista, Claudinho Silva, afirmou ao Metrópoles que certas práticas adotadas pela PM sugerem um esforço coordenado para obstruir investigações sobre incidentes que resultam na morte de civis em supostos confrontos com policiais.

Apesar disso, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), negou qualquer excesso cometido pela PM no litoral e declarou não ter recebido nenhuma denúncia oficial sobre abusos.

Por sua vez, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), na última sexta (8), aumentou o tom e tratou com desdém as críticas dirigidas à operação da PM.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse.

 

Fonte: site Diário do Centro do Mundo