O prefeito bolsonarista de Cuiabá (MT), Emanuel Pinheiro (MDB), foi afastado do cargo após decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT). O caso tramita em segredo de Justiça e o tribunal afirmou que ele será retirado temporariamente do posto “sob acusação de organização criminosa”.
O afastamento vai durar seis meses e a Prefeitura de Cuiabá será assumida pelo vice-prefeito, José Roberto Stopa (PV), durante o período. Emanuel é investigado por suspeita de envolvimento em esquema de desvios na Secretaria Municipal de Saúde.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público e a decisão é do desembargador Luiz Ferreira da Silva. O bolsonarista já foi comunicado sobre a decisão, mas seu advogado, Francisco Anis Faiad, afirmou que “foi pego de surpresa” e que ele não teria sido notificado previamente sobre o processo.
Além do prefeito, também são investigados o ex-secretário de Saúde Célio Rodrigues, o ex-secretário adjunto de Saúde Milton Corrêa e o assessor executivo da Secretaria de Governo Gilmar Cardoso. Eles seriam responsáveis por causar “a sangria dos cofres públicos, através da obtenção de benefícios ilícitos, com atuação sistêmica e duradoura dentro do Poder Executivo Municipal”.
Os desvios ocorrem por meio da contratação de empresas para prestação de serviços sem licitação e já totalizaram prejuízos de cerca de R$ 1,2 bilhão, segundo a investigação.
Durante o período de afastamento, Emanuel não poderá manter contato com servidores e agentes públicos da cidade, além de ser proibido de falar com os outros investigados e de frequentar dependências e órgãos da Prefeitura de Cuiabá.
O prefeito tem até 15 dias para entrar com um recurso na Justiça. Essa é a segunda vez que ele é afastado do posto: em 2021, a Justiça determinou o afastamento após uma investigação constatar que ele estava envolvido em suposta organização criminosa que promovia contratações irregulares de servidores temporários na Secretaria Municipal de Saúde.
Publicado no site Diário do Centro do Mundo