Durante uma entrevista no programa Comunidades em Ação apresentado pelo radialista Romão França na Rádio Progresso FM dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juazeiro do Norte (Sisemjun) conversaram sobre a situação atual da categoria, sobre as lutas dos servidores, a dificuldade da gestão Gledson Bezerra em atender as demandas da categoria e sobre a decretação da greve da categoria que se deu na última quinta-feira, 29.
Durante o programa dirigentes do Sisemjun, Marcelo Alves e Marcos Chaves falaram das lutas dos servidores de Juazeiro do Norte.
Marcelo Alves, presidente do Sisemjun ao ser perguntado sobre porque foi decretada a greve dos servidores de Jauzeiro do Norte disse que os servidores tem sofrido durante a gestão de Gledson Bezerra. Ele lembrou que em plena pandemia a gestão municipal sob o comando do atual gestor em 2021 cortou o adicional de insalubridade dos servidores da saúde, o que ele classificou como absurdo.
Marcelo Alves lembrou ainda que todas as recomendações legais era pagar 40 por cento de adicional de insalubridade para os profissionais de saúde, e em Juazeiro do Norte o prefeito cortou a insalubridade. Cortou ainda o adicional dos dentistas, mesmo sabendo que a odontologia é um dos setores mais suscetíveis de transmissão de Covid, o prefeito cortou o adicional desses profissionais também, como cortou também de vários servidores que trabalhavam em hospitais. E no magistério, com quase 4 anos de gestão na prefeitura não implementou as promoções por titulação. E desde o ano passado não estão pagando as progressões por tempo de serviço.
O presidente do Sisemjun falou ainda que há dezenas de pautas específicas das categorias dos servidores que nenhuma foi atendida até agora e isso vai se transformando num verdadeiro “caldeirão” e se ampliando. São 62 pautas especificas nessa cmpanha salarial e isso se deve à inoperância por parte do governo.
Um absurdo apresentado pelo presidente Marcelo Alves é que atualmente há algo em torno de 1.500 servidores municipais concursados recebendo apenas um salário mínimo. Ele lembrou que Juazeiro do Norte até 2020 não tinha nenhum servidor que recebesse salário mínimo e atualmente um terço dos servidores estão alcançados pelo salário mínimo em razão dessa política de achatamento salarial aplicada na gestão atual.
Hoje com a proposta apresenta pela prefeitura de Juazeiro do Norte 4 tabelas do funcionalismo está alcançada pelo salário mínimo, como os auxiliares de saúde bucal, os auxiliares de enfermagem, cargos de nível médio com curso profissionalizante, que tem que pagar conselhos de classe, que lida com a vida humana recebem apenas um salário mínimo.
Nas negociações o governo municipal de Juazeiro do Norte mostrou uma previsão de incremento da despesa com pessoal de 42 milhões de reais neste ano de 2024. O que é estranho, segundo Marcelo, é que o município está apresentado para reajuste apenas 16 milhões de reais. Segundo Marcelo o sindicato está propondo utilizar o restante para valorização dos servidores, chamar mais concursados, e aportar mais recursos para o reajuste e utilizar mais recursos com o funcionalismo.
Marcos Chaves, professor e diretor de comunicação do Sisemjun falou que na negociação com o prefeito Gledson Bezerra e disse que o sindicato propôs que ele marcasse uma nova reunião pois aquela não teve nenhum avanço. Isso demonstra como a administração atual não está querendo resolver o problema dos servidores. Segundo Chaves, é possível aprovar o reajuste e atender também algumas pautas específicas. Até agora não há nenhum avanço. O PCCR dos funcionários da educação está quase pronto, há recursos, mas também não avança. Da nossa parte nós apresentamos proposta, avaliamos como mediar os recursos, mas não houve avanços. A perspectiva é que a greve comece dia 8 de março, dia internacional da mulher.
Para o professor Marcos Chaves a ideia é fazer uma grande união no dia 8 de março unindo categorias profissionais como os servidores de Juazeiro e do Crato, que também rejeitaram proposta da gestão municipal.
Para Marcelo negociar é quando ambos cedem para chegar a um acordo. O problema é que a gestão Gledson não quer abrir mão de nada. Chama para negociar e não apresenta nada. Isso é recorrente na atual administração.
Marcelo Alves lembrou que o Sisemjun é uma entidade responsável, que sabe e faz avaliação financeira e fiscal do governo, e que não propôs até agora nada que não possa ser atendido. Começando por um piso geral da categoria de R$ 1.480,00 que pode ser executado. O problema é que as prioridades do governo são rotatórias e terceirizações”, afirmou Marcelo.
Ao ser questionado por sobre o fato de o prefeito ter usado uma fala dele para em um vídeo divulgar que a educação em Jauzeiro do Norte é modelo, o presidente do Sisemjun Marcelo Alves falou que a questão da política faz parte, cada um usa suas estratégias. “Eu achei tão peculiar esse vídeo, pois não é possível que gestor e representante do governo fiquem com mimimi. Isso é lógico e republicano. Nosso sindicato diz o que tem a colocar e coloca na cara, se não tiver avanço vai para a greve. Isso é valorizar o outro interlocutor e aqui a gente não tem duas conversas, a gente já diz como vai acontecer, quem faz o contrário historicamente são os governantes, os gestores. Atuamos sempre de forma republicana. O gestor tem suas prioridades e quer implementar sem ouvir servidores ou a sociedade”, concluiu.