22 de novembro de 2024

Por Tiago Silva

Professor

 

No dia 16 de janeiro o presidente Lula, ao lado do ministro da educação Camilo Santana, sancionou a lei que foi batizada de “pé de meia”, um incentivo financeiro repassado mensalmente e com uma poupança ao final do ensino médio repassada para os estudantes. A ação precisa de observações necessárias, para que possamos garantir uma reflexão efetiva sobre o tema.

Uma parte da sociedade, dentre eles professores, observam com desconfiança a nova realidade que o pé de meia pode provocar: escolas com estudantes focados em receber o incentivo e com pouca preocupação com os conteúdos. O temor da cultura de ganhar para estudar é dito como nocivo por alguns, que utilizam a máxima de que “estudar não precisa de outro incentivo que não seja a busca de um melhor futuro”.

Mesmo respeitando o temor desse setor da sociedade, tenho diferenças sobre o tema. Sou professor e sei que a existência de uma sala cheia de estudantes, que supostamente não estão interessados é bem melhor do que assistir o crescimento da evasão escolar de forma tão intensa. Bom enfatizar, que o trabalho das instituições de ensino será maior, caso a ação de Lula e Camilo consiga êxito. Será necessário mais investimento: em merenda, transporte, salários para todos os profissionais de educação e uma melhor estrutura nas escolas.  Sem falar, que para que os profissionais tenham formação continuada, os entes federados precisam fortalecer os programas de pós-graduação. Interessante que o governo Lula no decorrer de 2023 realizou ações em vários desses pontos, diminuindo o temor.

Não podemos esquecer o contexto, pós pandemia, pós um governo que não investiu em educação e que tinha uma política minimamente desastrosa. Precisamos lembrar que a educação universalizada, que efetivamente é nova no Brasil, provocou que novas famílias e desafios passassem a fazer parte do ensino público. A evasão somente aumentou, mas faz tempo que existe, um projeto identifico foi apresentado pelo deputado federal cearense Idilvan Alencar PDT em 2019, que já demonstrava que além de saber quais os problemas, na educação é necessário ler e interpretar os motivos, para buscar soluções.

Não existe nada fácil na educação, mas também não existe nada mais prazeroso do que em uma sala observar cada vez mais estudantes que evoluem em seus saberes, produzem e conquistas seus sonhos juntos com as famílias e todos da escola.

Que o pé de meia tenha êxito, que tenhamos sim aqueles que questionam e que possamos todos juntos contribuir na melhoria da educação e na massificação de sonhos realizados no processo educacional.