O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), que teve papel influente no golpe de Estado de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff (PT), tenta ressurgir nos holofotes da política brasileira com um discurso enfático de oposição ao novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao Estadão publicada neste sábado (2), o parlamentar afirmou que o PSDB, apesar de sua situação atual de estar “destroçado” e “menorzinho”, precisa assumir imediatamente o papel de oposição radical ao atual governo, em uma tentativa de ocupar o espaço do bolsonarismo. “Temos de endurecer o discurso oposicionista. Não dá para ficar nesse nem-nem, que ninguém sabe o que é”, frisou.
Neste mês, o partido planeja criar um núcleo dedicado à avaliação e acompanhamento dos programas do governo Lula3. Aécio enfatizou: “tentaram nos matar, mas não conseguiram. Estamos vivos”. Ele acrescentou: “Fui abatido por essas denúncias e hoje me sinto mais leve (…). Não me curvei.” Em 2017, Aécio foi acusado de pedir propina de R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS, em troca de favores no Congresso. No entanto, em julho deste ano, o TRF-3 o absolveu.
Demonstrando certo rancor com o tratamento que recebeu desde então, o ex-presidente do PSDB disparou: “talvez, se o PSDB tivesse na época um porcentual da coragem que tem o PT de defender os seus, as coisas seriam diferentes.” No entanto, ele enfatizou que não pretende olhar para o passado, mas sim focar no futuro da oposição política ao governo Lula.