20 de setembro de 2024

O Brasil debate atualmente o papel das forças armadas. Os militares brasileiros deram um golpe militar em 1964 e ficaram 21 anos no poder quando prosperou o desemprego, a fome, o autoritarismo, o analfabetismo e a morte de adversários políticos do regime. Nos atos terroristas de 8 de janeiro último foram fortes as evidências de participação de militares na tentativa de mais um golpe no Brasil. Lógico que não são todos na corporação, mas fica parecendo que tem militares influentes querendo dar um golpe. É preciso rever a situação dos militares e punir quem se envolveu e tentou o golpe e os atos terroristas que abalaram Brasília. Sejam civis ou militares todos precisam de punição.

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AS DIGITAIS DOS MILITARES NA TENTATIVA DE GOLPE

Alguns militares deixaram evidente sua participação nos atos terroristas. Outros participaram ativamente e já foram até identificados. O ex-presidente Bolsonaro ensaiou uma viagem e literalmente fugiu do Brasil antes do término de seu mandato e Anderson Torres assumiu a secretaria de segurança do DF e vem sendo acusado de ter contribuído com os atos terroristas.

O jornalista Plínio Bortolotti em sua coluna no jornal O Povo agendou uma série de matérias publicadas em variados veículos de comunicação que oferecem pistas para certas ações de militares em pontos diferentes do Brasil mostrando uma tendência a se meter na política e contribuir de uma forma ou de outra com o resultado os atos de 8 de janeiro.
Veja a lista feita e reflita sobre o tema.

General protege bolsonaristas
“Comandante da 10ª Região Militar defende proteção de bolsonaristas contra ‘outros poderes.” O general André Luiz Ribeiro Allão disse que trabalhava para proteger os acampados no entorno do quartel em Fortaleza, mesmo se precisasse contrariar ordens de outros poderes. (O POVO, 19/11/2022)

Gabinete de Segurança Institucional alinhado com os golpistas
“A invasão do Planalto por golpistas bolsonaristas reforça a suspeita entre dirigentes da Polícia Federal de que integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que têm por função fazer a segurança do palácio presidencial, estão alinhados com o golpismo bolsonarista.” (Uol, Andréia Sadi, 9/1/2023)

GSI dispensou reforço de guarda
“GSI dispensou reforço de guarda no Planalto 20 horas antes da invasão de golpistas.” (Estadão, 12/1/2023). O Gabinete de Segurança Institucional é comandado por militares.

Lula acordando
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (12) que as Forças Armadas não são ‘poder moderador como pensam que são’ e expôs desconfiança com a segurança do Palácio do Planalto ao dizer que tem convicção de que policiais e militares deixaram os manifestantes golpistas invadirem a sede do Poder Executivo no último domingo.” (Folha, 12/1/2023).

Militares se sentem no direito de ameaçar
“A desconfiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a atuação das Forças Armadas é vista na caserna como um pedido de divórcio litigioso. Embora a relação entre Lula, o PT e os militares nunca tenha sido boa, (…), a invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por pouco não fez com que o antigo estremecimento virasse ruptura. (Estadão, Andreza Matais e Vera Rosa, 13/1/2023)

Exército impede remoção de acampamento
“À PF Ibaneis diz que Exército impediu remoção de acampamento no Quartel General (QG).” (Metrópoles, 13/1/2023)

Militares impedem prisões
“Militares do Brasil impedem prisões de manifestantes bolsonaristas (em frente ao QG do Exército), dizem autoridades” (Washington Post, 15/1/2023). Fontes do jornal americano disseram que, em reunião entre representantes do governo e do Exército, o comandante, general César de Arruda, teria dito ao ministro da Justiça, Flávio Dino: “Você não vai prender pessoas aqui”.

Protegendo os baderneiros
“O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fabio Augusto Vieira, preso após os atos de depredação na praça dos Três Poderes, disse em depoimento que o Exército teria impedido que houvesse prisões no acampamento ainda na noite do último domingo ( dia da invasão).” (Folhapress, 15/1/2023)

Militares deixam golpista escapar
“Militares deixaram a golpista Ana Priscila ‘escapar’, após ser detida no Palácio do Planalto” (Estadão, 15/1/2023)

Profissionalismo em dúvida
“Imagens de atos põem em dúvida profissionalismo de PMs e militares” (IstoÉ Dinheiro, 15/1/2023)

Quartel acolhe golpistas
“Governo do Amazonas diz à Justiça que Exército recebeu golpistas em quartel” (Uol, 16/1/2022)

“Forças Armadas sujaram as fardas com golpismo”
O jornalista Chico Alves (Uol, 16/1/2023) escreve que, três dias antes do fim do ano, Maria Aparecida Villas Bôas passou sorridente a bordo de uma van próximo aos golpistas acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília. E que ela apontou para a parte de trás do veículo adaptado para que os bolsonaristas entendessem: o ex-comandante do Exército, general da reserva Eduardo Villas Bôas, marido de Maria Aparecida, estava ali. Ele se movimenta em uma cadeira de rodas por sofrer de esclerose lateral amiotrófica, que o impede de andar. O jornalista ainda escreve que a mulher do general “marcou presença” no local por diversas vezes.