Foto: Reprodução/@dersonprefeito
Em tempos em que o Brasil clama por diálogo e união, é lamentável constatar que alguns gestores públicos ainda insistem em plantar a discórdia e alimentar a polarização. É o caso do prefeito de Milagres, no Cariri cearense, Derson (MDB), que tem se destacado não por ações administrativas relevantes, mas por episódios polêmicos que beiram o desrespeito institucional e a incitação ao ódio político.
Recentemente, aliados do prefeito ocuparam as redes sociais com manifestações agressivas contra o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do governador Elmano de Freitas e do presidente Lula. A vice-prefeita, filiada ao PDT, publicou um vídeo cortando um tronco que trazia na ponta uma bandeira vermelha, numa clara referência simbólica ao partido adversário. Apesar das tentativas do prefeito de minimizar o ato, dizendo que a bandeira não era do PT, o estrago já estava feito.
A situação se agravou com um áudio do pai do prefeito, Aguimar Alves Tavares, em que declara: “Adversário o cabra pisa no pescoço e deixa ciscando (…) Vermelho se acabou. Esse PT veio aí enterrar ele. Tá enterrado.” Um discurso carregado de intolerância e beligerância, incompatível com o espírito democrático e o respeito à pluralidade política.
O episódio gerou indignação entre lideranças do PT, que passaram a cobrar uma posição firme do governador Elmano sobre o apoio à gestão municipal. A crise política também repercute negativamente sobre o ex-prefeito Cícero Figueiredo (PT), que apoiou a eleição de Derson, e fragiliza o próprio PT local, que agora se vê diante de um governo hostil.
Enquanto isso, os problemas reais de Milagres seguem sem resposta. A saúde pública clama por atenção, a educação enfrenta dificuldades, a zona rural carece de políticas efetivas e os servidores públicos têm seus direitos ameaçados por medidas impopulares. Soma-se a isso denúncias de perseguições políticas, mostrando que, mais do que administrar, o atual grupo prefere dividir.
Diante desse cenário, a população de Milagres espera, com razão, menos show nas redes sociais e mais trabalho concreto. O município não precisa de um prefeito que alimenta polêmicas para distrair, mas de um gestor que assuma de fato o compromisso de governar com seriedade, diálogo e respeito à diversidade de pensamento. Porque, no fim das contas, o maior prejudicado com essa postura não é o PT, mas o próprio povo de Milagres.