
Foto: Evaristo Sá/AFP
Durante entrevista o deputado federal Reimont (PT-RJ) defendeu que a responsabilização penal de Jair Bolsonaro é um passo fundamental para enfrentar os desdobramentos sociais e políticos do bolsonarismo. Segundo ele, há uma “expectativa, não sei se esperança”, pela prisão do ex-presidente, cuja conduta, avalia, representa um estímulo à violência institucional e social.
“Acho que ele se complica ainda mais”, afirmou o parlamentar ao comentar as declarações recentes de Bolsonaro. “Esse processo já está muito andado, muito sedimentado, as provas estão muito robustas e, a cada dia que passa, eles vão se complicando mais.” Segundo Reimont, a condenação e eventual prisão do ex-mandatário serviria como resposta institucional à onda de radicalização de direita.
O parlamentar apontou que não punir Bolsonaro seria o mesmo que chancelar os abusos praticados por seus apoiadores, tanto no Congresso quanto nas ruas. “Não prendê-lo é dizer para a extrema direita que faz o que tem feito não só no Congresso Nacional, mas nas ruas, que tudo isso é aceitável”, declarou. Para ele, a lógica de ação bolsonarista tem contribuído diretamente para episódios como a repressão a pessoas em situação de rua na Cracolândia, as violações aos direitos das mulheres e a escalada da violência política.
“O fruto de tudo isso, desse modus operandi do bolsonarismo, é o que a gente viu ontem em São Paulo, na questão da Cracolândia, é o que dá na violência de Estado, é o que dá na violência de gênero, na violência política de gênero dentro do Congresso Nacional”, pontuou. Em sua avaliação, as práticas bolsonaristas “vão criando os Gilvan da Federal, vão criando os deputados, as Carlas Zambelli da vida”.
Reimont sublinhou que a prisão do ex-presidente deve ser compreendida como uma mensagem clara de que o país não aceitará mais a destruição de valores democráticos e a naturalização da brutalidade. “Tem uma resposta a ser dada, e a resposta é a prisão de Bolsonaro, para, de certa forma, não justificar tudo isso que está acontecendo, essa barbárie que se desenha no país.”
O deputado indicou que esse desfecho pode estar próximo: “Acho que é um momento de expectativa, que até agosto essas coisas se resolvem. Julho, agosto, imagino”.
Por fim, ele diferenciou os sentimentos de esperança e expectativa. “Tenho expectativa, sim. Não sei se é esperança. Esperança é uma palavra muito freiriana para a gente colocar numa barbárie bolsonarista dessa.”
Fonte: Portal Brasil 247