
Juazeiro do Norte (CE) 02 de maio de 2025 – O segundo dia do Encontro SINASEFE Regional Nordeste – SIRENE foi espaço para o debate de variados temas referentes à política e conjuntura nacional e internacional, debate sobre a carreira no serviço público, o financiamento e reestruturação dos institutos federais, um diálogo sobre os impactos da política nacional do ensino médio na rede federal de ensino, a luta das mulheres e da comunidade negra.
O primeiro momento foi uma mesa sobre “Análise de Conjuntura Internacional e Nacional” com o professor Flávio José Cavalcante de Queiroz. No aspecto da análise internacional, o professor Fábio José destacou que o mundo nunca foi tão perigoso para se viver. São conflitos bélicos em vários países, guerra tarifária e colapso ambiental. Outro detalhe do momento atual é o crescimento da extrema-direita e tudo isso atinge os trabalhadores do mundo todo e no Brasil de forma particular.
Já na conjuntura política nacional o professor destacou o avanço o da extrema-direita brasileira, a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e como o avanço da extrema-direita se torna um perigo para a sociedade brasileira. Destacou ainda, que mesmo assim, os movimentos sindicais e sociais vem reagindo e conseguindo vitórias importantes. Lembrou que a não aprovação da PEC do Aborto, por exemplo, foi fruto da mobilização do movimento de mulheres e dos movimentos sociais de forma geral. Fábio José destacou ainda que na luta eleitoral contra a extrema-direita, mesmo com a liderança do atual presidente Lula a vitória eleitoral só foi possível em 2022 graças à ação dos movimentos sindicais, do movimentos de mulheres, dos movimentos populares que foram às ruas e fizeram a diferença.
O segundo momento desta sexta-feira, 2, foi o “Painel: Somos Históricas, Lutamos para “Mulherar” o Futuro.” O painel destacou o papel da mulher negra nas lutas sociais e na construção de uma sociedade mais justa. Foi um espaço de escuta, partilha e provocação e mostrou ainda a experiência de luta de mulheres por meio de suas atuações que desafiam as narrativas hegemônicas, abrindo espaço para outras mulheres em suas lutas e processos de construção de uma identidade social. Participaram do painel Valéria Carvalho e Verônica Carvalho, ambas do GRUNEC, e a professora Flávia Cândido. A mediação foi feita por Lorena Kelly, da Secão Sindical do Crato.
No período da tarde a primeira atividade foi a apresentação da Orquestra Armorial do Cariri mostrando a musicalidade do Cariri e do Nordeste. A orquestra foi criada em 2002 para homenagear os mestres Zé Oliveira e Pedro Oliveira, mestres da arte da rabeca e das cantorias.
Após a orquestra Armorial foi a vez de uma discussão sobre “Os Impactos da Política Nacional do Ensino Médio na Rede Federal de Ensino”. O destaque é que fica a reflexão de que é necessário no momento atual uma luta contra o projeto neoliberal de educação, pois, sem um projeto alternativo e cidadão de educação que se contraponha ao projeto das elites nacionais, do setor empresarial e do MEC não haverá perspectivas de carreira para os servidores e tampouco teremos ensino técnico de qualidade.O painel foi apresentado por Artemis Martins e Euza Raquel de Sousa, tendo como mediador Eleudson Queiroz.
O quarto momento do SIRENE foi a oficina “O papel dos sindicatos e das instituições na luta antirracista” tendo como facilitadora a professora Zuleide Queiroz, educadora, sindicalista, liderança do movimento negro e de mulheres no Cariri e atualmente secretária de Direitos Humanos na cidade do Crato. A oficina destacou a importância da juventude negra por mais espaços na sociedade. A luta das mulheres contra a violência e a intolerância religiosa. A professora Zuleide refletiu sobre a luta da comunidade negra por espaços na sociedade, seja na educação, na religião, nas instituições de ensino, no trabalho, nos sindicatos e no poder público.
Em seguida foi a vez de uma mesa de debate com o tema Carreiras destacando carreira docente e única e carreira TEA. O painel “Carreira Docente e Carreira Única” foi apresentado por Antonildo Santos Pereira, da Seção Sindical IF Serão – PE. Já o painel “Carreira TAE”foi apresentado por Teresa de Souza Bahia (Seção Sindical IFBA e CMS-BA) e Breno Alves Cipriano de Oliveira (Sintufice-UFCA). A medidora foi Lucrécia Iacovino (Sindscope).
Breno Alves destacou as dificuldades dos TAE’s e, ao mesmo tempo, apresentou as prioridades das lutas no momento atual, que são as 30 horas, a democratização das instituições federais de ensino, construção de um ambiente de respeito e o reconhecimento dos técnicos-administrativos na construção de uma educação de qualidade e emancipadora.
Outro destaque foi a carreira docente. Antonildo Pereira destacou as lutas dos docentes e a busca pela construção de um carreira no serviço público. Registrou ainda as derrotas da categoria sofrida na era do governo FHC e as conquistas após a greve no final deste mesmo governo. No momento atual o SINASEFE já protocolou uma proposta de carreira junto ao Governo Federal. E concluindo dizendo que o SINASEFE defende os interesses e direitos dos docentes e TAE’s.
Neste sábado, 3, segue a programação segue com várias atividades na pauta com destaque para os minicursos de comunicação e atuação sindical no neoliberalismo. Neste sábado será ainda aprovada a CARTA CARIRI, documento resumindo as principais propostas apresentadas pelos delegados durante o SIRENE.
03 DE MAIO
8h30min – Palestra: IA como Ferramenta Sindical
10h – minicursos (mediante inscrição prévia):
1. Comunicação sindical na era digital
2. Série Adolescência: o universo sindical e a sociedade contemporânea
3. Atuação Sindical no neoliberalismo: estratégias de resistência
12h30min – Almoço (livre)
14h – Apresentação artístico-cultural local
14h30min – Plenária: Carta Cariri (SS Ceará)
18h – Encerramento
20h – Confraternização de encerramento com
música ao vivo
DIA 04 DE MAIO
9h30min – Prática integrativas: Afroturismo, trilhas ecológicas e passeios turísticos (mediante inscrição prévia)