14 de maio de 2025
Lula propõe novo modelo de sindicalismo com foco em negociação coletiva

O presidente Lula se reúne com representantes de centrais sindicais (Foto: Walter Campanato/Ag. Brasil )

Lula defende mobilização sindical e nova abordagem para o setor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou nesta terça-feira (29) as centrais sindicais brasileiras a intensificarem sua atuação nas ruas e se adaptarem aos desafios impostos pelas novas dinâmicas do mundo do trabalho. Em reunião com lideranças sindicais, Lula destacou que a mobilização social e o fortalecimento da representação dos trabalhadores são fundamentais para a defesa de direitos e a consolidação de políticas públicas voltadas à classe trabalhadora.

Durante o encontro, o presidente defendeu uma reconfiguração do modelo de sindicalismo, que leve em conta o crescimento do trabalho informal e a expansão das plataformas digitais. Ele reforçou que os sindicatos devem se reinventar para manter sua relevância diante das transformações aceleradas do mercado de trabalho.

Fórum tripartite e negociação coletiva

Como proposta concreta, Lula sugeriu a criação de um fórum tripartite, reunindo governo, empresários e trabalhadores, para debater os rumos do trabalho no país. O objetivo é formular soluções conjuntas, evitando decisões unilaterais e fortalecendo a negociação coletiva como instrumento essencial de equilíbrio nas relações trabalhistas.

O presidente alertou que as mudanças deverão passar pelo Congresso Nacional, respeitando o processo democrático e construindo consensos com os diferentes setores envolvidos.

Financiamento e autonomia sindical

Outro ponto abordado por Lula foi a necessidade de encontrar alternativas sustentáveis para o financiamento das entidades sindicais, respeitando a autonomia das instituições e evitando o chamado “sindicalismo chapa-branca”. Segundo o presidente, embora não se trate de restaurar o antigo imposto sindical, é necessário assegurar que os sindicatos tenham capacidade de atuação efetiva.

Entre as propostas defendidas por sindicalistas durante a reunião, está a retomada do princípio da ultratividade, que permite a continuidade dos efeitos de uma convenção coletiva até a assinatura de uma nova. Também foi discutida a revisão de pontos da reforma trabalhista de 2017, especialmente no que diz respeito ao enfraquecimento da representação sindical.

Protagonismo e justiça social

Lula reiterou que os sindicatos precisam se tornar protagonistas no enfrentamento dos desafios sociais e econômicos atuais. Para ele, o fortalecimento das entidades e das negociações coletivas é uma das formas mais eficazes de garantir justiça social, melhorar condições de trabalho e promover o desenvolvimento nacional com inclusão.

Ao final do encontro, o presidente reforçou que o papel das centrais vai além da representação formal e precisa resgatar o histórico de mobilização, organização de base e luta por direitos.

Nova fase do sindicalismo brasileiro

A reunião marcou um passo decisivo para reposicionar os sindicatos no cenário político e social do país. A disposição do governo federal em dialogar abertamente com as centrais sindicais e propor um novo modelo de sindicalismo sinaliza um momento de reconstrução e fortalecimento das entidades trabalhistas.

Nesse novo ciclo, os sindicatos são chamados a ampliar sua presença nos territórios, ouvir as demandas das novas gerações de trabalhadores e buscar estratégias inovadoras para manter sua relevância.

Fonte: Brasil 247