
Foto: Nuno Veiga/Pool/Agência Lusa
O Vaticano está todo mobilizado nesta semana com o falecimento do papa Francisco. Nesta sexta-feira, 25, ainda podemos acompanhar via emissoras de televisão e nas redes sociais o velório do Santo Padre. O enterro deve se dar neste sábado, 26, e em seguida os cardeais se reúnem para a escolha do próximo papa.
A morte de um papa é um acontecimento mundial. Líderes políticos de variadas tendências incluindo os de extrema-direita que sempre criticaram o papa Francisco emitiram comunicados pela passagem do papa. Nada mais comum como o falecimento de principal líder religioso de uma das maiores religiões cristãs do mundo.
Mas o papa Francisco, o argentino Jorge Mario Bregoglio era muito mais do que um Sumo Pontífice que exerce suas funções com zelo. Francisco era um papa com íntima ligação com o povo, preocupado com a sociedade, com os pobres, com os trabalhadores, com os imigrantes e minorias.
Soube se manter dentro do conservadorismo da Igreja, ao mesmo tempo que avançava e falava de pautas de direitos e de paz, solidariedade, justiça social, direitos dos povos e dos trabalhadores.
Há vários momentos significativos de seu papado, mas ele subir a praça de São Pedro, sozinho, durante a pandemia da Covid-19 e fazer a celebração naquele momento de tanta angústia para o mundo, e principalmente para os povos e trabalhadores foi algo que entrou para a história. Aquela figura solitária, sendo solidário com o mundo. Preocupado, semblante fechado, mas com palavras doces. Papa Francisco deixa um legado de humanidade ao papado. Um exemplo de que a Igreja Católica precisa falar mais com o povo. Com a gente humilde de todo o mundo.
Francisco em 2020 com a encílica Fratelli Tutti deixou claro: escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si».Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.
Francisco também defendeu a solidariedade em plena pandemia.
“Se a luta contra a covid-19 é uma guerra, vocês são um verdadeiro exército invisível lutando nas perigosas trincheiras. Um exército que conta apenas com as armas da solidariedade, da esperança e do sentido de comunidade que renasce nestes dias nos quais ninguém se salva sozinho”, afirmou em carta o papa Francisco.
Um fato que não podemos deixar de exprimir, Francisco entra para a história como o papa dos pobres, dos oprimidos, dos imigrantes e de uma sociedade que luta em todo o mundo por mais tolerância, menos ódio e mais justiça social.
Fonte: Agência Brasil