22 de abril de 2025
PF investiga prefeito de Cabo Frio por fraude em eleição

O prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL). Foto: Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira 16, a segunda fase da operação Teatro Invisível, que tem como objetivo desmantelar um grupo envolvido em uma suposta rede de desinformação eleitoral no Rio de Janeiro.

Segundo os agentes, o esquema funcionava a partir da contratação de atores para encenar diálogos em locais de grande circulação, influenciando na decisão de voto. De acordo com a investigação, esses atores teriam sido contratados com dinheiro público de contratos de serviços inexistentes.

Nesta segunda fase, os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão nos seguintes locais: Cabo Frio (RJ), Itaguaí (RJ), Mangaratiba (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Juiz de Fora (MG). Não há ordens de prisão.

Um dos alvos da operação desta quarta-feira é o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL). Outros nomes da política do Rio também estão sob a mira dos investigadores, a exemplo do deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que já se candidatou ao cargo de prefeito de São João de Meriti, e Aarão (PP), que foi candidato à prefeitura de Mangaratiba.
Ainda na primeira fase, a PF informou que apurou que “os atores contratados, propagadores das informações falsas, recebiam R$ 2 mil por mês para exercer tal função, e que os coordenadores da empreitada criminosa recebiam dos líderes da organização a quantia mensal de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria Prefeitura Municipal”.

“A ‘campanha’ de propaganda criminosa possuía um processo de aferição de resultado incluído no seu planejamento por meio da elaboração de relatórios diários das atividades, com a especificação da quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso”, disse a PF.

Para o financiamento do teatro de notícias falsas, os agentes públicos utilizavam recursos de contratos genéricos com oito empresas. No total, o negócio chegou a gerar prejuízos da ordem de 3,5 bilhões de reais aos cofres públicos. A Justiça determinou o bloqueio nas contas dos investigados de valores que somam a cifra bilionária. As empresas também tiveram as atividades suspensas.

Diante do caso, a PF suspeita que os envolvidos tenham praticado fraude em procedimentos licitatórios, obstrução de justiça, caixa 2 e lavagem de dinheiro.

Nenhum dos alvos da segunda fase da operação Teatro Invisível se pronunciou sobre a ação da PF.

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