13 de abril de 2025
Desextinção do lobo-terrível: empresa anuncia nascimento de 3 filhotes

Rômulo e Remo, da espécie lobo-terrível, que foi desextinta, de acordo com a Colossal Biosciences. — Foto: Colossal Biosciences

A Colossal Biosciences, empresa que busca trazer de volta animais extintos há milhares de anos, anunciou, nesta segunda (7), a primeira desextinção de uma espécie: o lobo-terrível (dire wolf, em inglês).

Agora, segundo a empresa, o lobo-terrível, extinto há mail de 10 mil anos, teria sido “recriado” com o nascimento de três filhotes “trazidos de volta à vida com uso de DNA antigo extraído de resto fossilizado”.

Batizados de Rômulo e Remo, a primeira dupla nasceu em 1 de outubro de 2024. Já Khaleesi, o terceiro filhote, nasceu em 31 de janeiro de 2025.

➡️Os lobos-terríveis eram visualmente semelhantes aos lobos cinzentos e aos chacais, apesar de terem uma linha genética distinta. Natural da América do Norte, o registro mais antigo da espécie data de 250 mil anos atrás.

🔴 Apesar do resultado, especialistas em sequenciamento genético explicam que ainda é cedo para afirmar que este é um passo concreto na tarefa de trazer à vida animais extintos. Por exemplo, o artigo que descreve a pesquisa ainda não foi publicado em revista científicas nem revisado por pares.

Segundo reportagem da revista “Time”, o feito da Colossal não envolveu a recriação integral do DNA do lobo terrível (Aenocyon dirus), mas sim a edição genética do material de lobos modernos, com alterações em cerca de 20 regiões do genoma para obter as características da espécie extinta (tamanho, ombros e cabeça, dentes e mandíbulas maiores, pernas mais musculosas e vocalização característica).

Ou seja, os animais apresentados não são réplicas exatas dos lobos terríveis que viveram há mais de 10 mil anos, mas híbridos geneticamente modificados com base em fragmentos de DNA ancestral.

O que se sabe sobre a desextinção

Para trazer a espécie de volta, a Colossal afirma ter utilizado edições genéticas derivadas do genoma do lobo-terrível.

A empresa teria reconstruído o genoma a partir de um DNA antigo encontrado em fósseis que datam de 11,5 mil e 72 mil anos.

De acordo com o relato da “Time”, a empresa utilizou uma técnica menos invasiva de clonagem e edição genética para recriar o animal.

  • Em vez de extrair células diretamente de tecido, os cientistas coletaram células progenitoras endoteliais (EPCs) do sangue de um lobo-cinzento comum.
  • Em seguida, editaram especificamente 14 genes-chave dessas células para corresponder ao DNA dos lobos gigantes, sem inserir diretamente material genético antigo.
  • Esses núcleos editados foram implantados em óvulos desnucleados, gerando embriões que foram gestados por cadelas mestiças saudáveis e de grande porte.

 


“Este momento marca não apenas um marco para nós como empresa, mas também um salto para a ciência, a conservação e a humanidade”, afirma a empresa em uma postagem no X.


Atualmente, os mais velhos estão com cinco meses (Rômulo e Remo) e vivem em um centro de preservação da vida selvagem nos Estados Unidos.

A companhia tem como objetivo se tornar a primeira empresa a utilizar a tecnologia Crispr para trazer de volta à vida espécies já extintas.

➡️O Crispr é uma espécie de “tesoura genética”, que permite à ciência mudar parte do código genético de uma célula. Com essa “tesoura”, é possível, por exemplo, “cortar” uma parte específica do DNA, fazendo com que a célula produza ou não determinadas proteínas.

Lobo-terrível atualmente, já com cinco meses. — Foto: Colossal Biosciences

Lobo-terrível atualmente, já com cinco meses. — Foto: Colossal Biosciences

Em março deste ano, a Colossal já havia anunciado um avanço em suas pesquisas com a criação de camundongos geneticamente modificados com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos, espécie extinta há quatro mil anos.

Mas essa seria a primeira vez em que uma espécie teria sido desextinta com todas as suas características originais.

Por que ressuscitar animais extintos?

A empresa foi criada em 2021 com o objetivo de “ressuscitar” animais extintos em versões modificadas para buscar o equilíbrio ambiental.

Segundo os pesquisadores da Colossal, o aquecimento global tem aumentado as temperaturas na tundra da Sibéria e da América do Norte, acelerando a liberação de grandes volumes de dióxido de carbono na atmosfera.

Atualmente, a tundra é ocupada principalmente por musgo, mas, na época dos mamutes, havia pastagens. Biólogos acreditam que o mamute desempenhava um papel fundamental nesse ecossistema, ajudando a manter o pasto ao remover musgo, derrubar árvores e fertilizar o solo com seus excrementos.

A ideia é que, com a volta desses animais, esse equilíbrio possa ser restaurado, ajudando a conter as emissões de dióxido de carbono.

Com essa proposta, a empresa vem arrecadando bilhões de dólares desde sua criação. Hoje, as avaliações de mercado indicam que a Colossal vale aproximadamente US$ 10 bilhões (cerca de R$ 58 bilhões na cotação atual).

Fonte: Agência Brasil

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