
Foto: Reprodução
Alguns fatos históricos não tem como serem revistos. A ditadura militar no Brasil foi fruto de um golpe que destruiu as instituições brasileiras, fechou o Congresso Nacional, retirou totalmente os direitos individuais, deu força política e financeira aos golpistas militares e civis e foi sangrenta. Matou gente, gerou fome e miséria.
Os projetos econômicos enriqueceram poucos e empobreceu a ampla maioria da população brasileira. A queda do regime militar brasileiro foi uma resposta da sociedade civil que não aguentava mais o desemprego, a fome, o analfabetismo e as torturas e violência do estado brasileiro.
O filme Ainda estou aqui, do diretor Walter Sales apenas revelou ao mundo algo que a sociedade brasileira já sabe de forma concreta como agiam os agentes da ditadura. A truculência, as listas de mortes, as torturas dentro de prédios públicos e gente que após a ditadura se aposentou e até hoje recebe altos salários mesmo tendo cometido tantos crimes.
A história contada por Walter Sales é baseada no livro de mesmo nome escrito pelo jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, que viveu na pele a história da família Paiva, por ser filho do ex-deputado federal Rubens Paiva que após ser convocado para depor no Doi-Codi nunca mais voltou para casa.
Sabe-se de forma comprovada que Rubens Paiva, um pai de família de classe média alta no Rio de Janeiro foi assassinado por agentes da ditadura e seu corpo jamais encontrado.
Por conta dessa página de terror implantada pela ditadura no Brasil, surge Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva que passa a lutar em defesa dos direitos humanos e contra a ditadura militar. Eunice chegou a enviar uma carta na época ao Presidente da República Emílio Médici pedindo justiça no caso de seu marido, Rubens.
O filme é muito bom e precisa ser assistido por todos os brasileiros, Surge em um momento histórico ímpar, quando a extrema-direita no mundo e no Brasil cresce e aqui no Brasil de forma particular tenta negar que houve inclusive golpe de estado em 1964, é o chamado revisionismo histórico para explicar e justificar regimes autoritários e abrir portas para um novo golpe no Brasil como tentou Jair Bolsonaro e seus seguidores com o destroçado golpe de 8 de janeiro de 2023.
Serve também esse filme para mostrar aos brasileiros mais jovens e ao mundo de forma geral que regimes autoritários não são uma resposta para as reais necessidade do povo brasileiro, os primeiros massacrados com ditaduras e governos autoritários.