O americano Donald Trump e o russo Vladmir Putin — Foto: Divulgação/AFP
A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria avaliando a possibilidade de aliviar sanções impostas à Rússia como parte de um esforço diplomático para melhorar as relações bilaterais e buscar uma solução para o conflito na Ucrânia. A informação foi divulgada pela agência Reuters, que cita fontes familiarizadas com o tema.
De acordo com o veículo, a Casa Branca teria orientado os departamentos de Estado e do Tesouro a prepararem propostas que envolvem o relaxamento de sanções aplicadas a indivíduos e entidades russas, incluindo empresários do país. A medida faria parte das conversações que Washington pretende aprofundar com Moscou nos próximos dias. No entanto, ainda não está claro quais contrapartidas os Estados Unidos exigiriam em troca dessa flexibilização.
Conversas avançam em encontros diplomáticos
A decisão relatada surge após uma série de diálogos diplomáticos entre os governos de Trump e Vladimir Putin. No dia 12 de fevereiro, os dois líderes mantiveram uma conversa telefônica, iniciando uma nova rodada de discussões sobre o fim do conflito ucraniano. Desde então, diplomatas de ambos os países participaram de reuniões de alto nível em países como Arábia Saudita e Turquia.
Um desses encontros ocorreu em Riad, onde o então secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, liderou uma delegação que discutiu possíveis projetos de cooperação econômica, especialmente nos setores de energia e tecnologia. Além disso, foi debatida a possibilidade de restabelecer os níveis de pessoal nas embaixadas de Washington e Moscou, buscando melhorar os canais de comunicação diplomática.
Moscou vê espaço para diálogo, mas mantém cautela
Por parte da Rússia, o chanceler Sergey Lavrov avaliou o encontro na capital saudita como um primeiro passo para a reaproximação entre os dois países. Segundo ele, há necessidade de “limpar os resquícios deixados pelo governo Biden” para que um novo capítulo seja aberto nas relações diplomáticas entre Rússia e Estados Unidos.
Lavrov também defendeu que a nomeação de embaixadores em Washington e Moscou seria um movimento fundamental para a retomada da cooperação em maior escala. Já o presidente Putin reiterou que Moscou está disposta a buscar uma resolução pacífica para a guerra na Ucrânia, desde que sejam respeitados os interesses de todas as partes envolvidas. “Nosso objetivo é estabelecer um sistema internacional de segurança que não permita que algumas nações garantam sua proteção às custas de outras, incluindo a Rússia”, afirmou.
Sanções e a condição de Trump para alívio
Apesar das movimentações diplomáticas, Trump indicou que o alívio das sanções não ocorreria antes de um acordo formal de paz. Segundo fontes citadas pela Reuters, o ex-presidente teria condicionado qualquer flexibilização a “passos concretos” em direção ao fim do conflito.
O Kremlin, por sua vez, vê as sanções como um obstáculo ao avanço das negociações e reforça que a estabilidade na Ucrânia só será alcançada por meio de um diálogo direto entre as potências envolvidas. Enquanto isso, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos dessa nova fase nas relações entre Washington e Moscou.
