O sindicato Seeaconce, que representa os trabalhadores e as trabalhadoras terceirizados em áreas como asseio e conservação, merendeiras em escolas públicas, portarias, entre diversas outras, repudia o anúncio do corte de “no mínimo 30% dos trabalhadores terceirizados” que trabalham para o Município. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 15/1, em entrevista coletiva do prefeito Evandro Leitão no Paço Municipal, e trouxe imediata preocupação aos trabalhadores – pelo percentual elevado, pela contradição em uma gestão que se deseja popular, progressista e de compromisso com os trabalhadores, e pelo enorme potencial de prejuízo à população.
“Não é possível se falar em cortar 30% dos terceirizados que trabalham para a Prefeitura de Fortaleza, quando na verdade vivemos um cenário de falta de trabalhadores, em que seria necessário contratar mais terceirizados para garantir a prestação dos serviços públicos à população”, destaca Penha Mesquita, presidente do Seeaconce.
“Como é que se pode falar em corte de 30%? Por que esse percentual tão elevado, se a cidade vem na verdade de desafios grandes, na educação, na saúde, em todas as áreas? Os terceirizados de asseio e conservação estão presentes em todas as secretarias e em todos os equipamentos públicos, escolas, unidades de saúde, todos. Sem eles, não há condição de os serviços serem prestados. Falar em cortar 30% desses trabalhadores é absolutamente inviável e traria enormes prejuízos à população”, aponta a presidente do sindicato.
O Seeaconce se posiciona contra esse corte, alerta para as graves consequências caso seja implementado e está solicitando reunião com o prefeito Evandro Leitão, para tratar esse tema e outros pontos importantes relativos aos trabalhadores terceirizados, como a luta contra os constantes atrasos de salário e de direitos como vale-alimentação, a necessidade de mais fiscalização do Município sobre as empresas de contratação de trabalhadores terceirizados, a luta contra o assédio moral, o direito ao adicional de insalubridade das merendeiras das escolas públicas municipais, a garantia de respeito aos terceirizados e de condições de trabalho adequadas para que possam cumprir sua missão, todos os dias.
Um contexto em que a Prefeitura precisa estar mais presente, sem permitir que as empresas terceirizadas venham a atrasar salários, descumprir direitos, desrespeitar trabalhadores. E implementando também ações práticas contra o assédio moral tanto das empresas contra os trabalhadores, quanto de servidores concursados contra terceirizados, além de desvio de função, realidade encontrada hoje em inúmeros espaços de trabalho.
O Seeaconce defende que a Prefeitura reveja essa medida e não coloque em risco os serviços públicos e os direitos da população. E espera que a reunião com o prefeito possa acontecer o quanto antes. O Sindicato seguirá na luta em defesa dos terceirizados do povo de Fortaleza.