Senador Jorge Seif (PL-SC) defendeu os policiais militares que arremessaram um homem de uma ponte após uma abordagem: “deveria ser jogado de um penhasco”. A vítima, que sobreviveu, não possui antecedentes criminais. Treze policiais envolvidos na ocorrência foram afastados
O senador Jorge Seif (PL-SC) usou suas redes sociais para defender os políticos que participaram da ação onde um homem foi arremessado de uma ponte em córrego na cidade de Ademar, na Zona Sul de São Paulo. Em post no X (antigo Twitter), ele afirmou que os policiais só erraram em não jogar o jovem de um penhasco.
“Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do perdão. Porque com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por violência é o fim do mundo. Tomar um banho no córrego é prêmio”, escreveu o senador.
O político ainda ironizou a situação, dizendo que “tomar um banho no córrego” foi um prêmio para o jovem e declarou o seu apoio ao Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
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Em um vídeo, gravado por testemunhas na madrugada de segunda-feira, é possível identificar três PMs em uma ponte. Um deles encosta uma moto na mureta após uma abordagem, e outro segura pelas costas um homem com camiseta azul. De repente, o PM levanta o rapaz pelas pernas e o joga no córrego.
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O Jornal Nacional noticiou na noite de terça-feira que a vítima é um entregador chamado Marcelo, que feriu o rosto na queda e foi levado para o hospital depois de ser socorrido por moradores de rua que estavam embaixo da ponte.
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A Secretaria de Segurança Pública levou 13 PMs envolvidos na ação, que estariam dispersando um baile funk nas proximidades. Na manhã desta terça-feira, Tarcísio afirmou que “aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa de uma ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda”. Secretário de Segurança Pública, Derrite divulgou um vídeo dizendo que a ação na ponte “não encontra respaldo nos procedimentos operacionais” e “ações isoladas não podem denegrir a imagem” da PM.
As imagens do agente jogando um homem da ponte foram definidas como “estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis” pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que determinou que o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público acompanhasse ó caso. “Pelo registro, fica evidente que o suspeito já foi dominado”, disse Oliveira.
De 1º de janeiro a 29 de novembro, São Paulo teve 697 mortes decorrentes de intervenção de PMs, contra 460 em todo o ano passado, segundo o Gaesp. O aumento foi de 51%. Desse total, 595 foram cometidas por policiais em serviço e 102 por agentes de folga. Somadas as mortes por policiais civis, o estado conta 768 casos, uma alta de 66% sobre os dez primeiros meses de 2023. Em relação a todo o ano passado, a alta é de 42%.