O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem demonstrado sinais de desespero após a Polícia Federal indiciar o seu pai pelos crimes de golpe de estado, atentado à democracia e organização criminosa.
Primeiro, o parlamentar afirmou que planejar o assassinato de chefes de Estado “não é um crime”. Agora, o senador sugere que o planejamento do assassinato de Lula foi orquestrado pelo próprio presidente.
Em postagem no X (antigo Twitter) na madrugada desta quinta-feira (21), Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo com trechos editados de discursos de Lula, manipulados para insinuar que o atual mandatário estaria usando “narrativas” para transformar mentiras em verdades.
“A narrativa não se sustenta de pé. Quatro pessoas, sozinhas, derrubariam a República e o restante do país todo iria obedecer a eles?”, escreveu Flávio Bolsonaro em sua publicação, tentando desqualificar as 800 páginas do inquérito da PF.
Quem seguiu um caminho semelhante foi o seu irmão, Eduardo Bolsonaro. Com o objetivo de inverter a lógica da investigação, o deputado afirma que Moraes “não atinge Bolsonaro, mas sim a democracia”.
Nos grupos de WhatsApp e Telegram, os discursos de Eduardo Bolsonaro e Flávio estão sendo reverberados com fervor.
ENTENDA O CASO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal pela tentativa de golpe de Estado que encabeçou a partir dos últimos dias de 2022, após ser derrotado nas urnas pelo presidente Lula (PT) e ficar inconformado com sua saída do poder.
Cerca de 35 ex-integrantes de seu governo, incluindo militares do alto escalão, também foram indiciados pela PF. Eles são acusados de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.
Com 884 páginas, o inquérito policial foi concluído no início da tarde desta quinta-feira (21) e agora será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda hoje. A Procuradoria Geral da República (PGR) é quem fica incumbida de denunciar ou não os indiciados, para que então os réus, em caso de aceitação da denúncia, sejam julgados pelo STF.