A área queimada pelo incêndio de grande proporção que tomou parte da Chapada do Araripe, no final de outubro, foi de 63 hectares, de acordo com um novo levantamento realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Em termos de comparação espacial, a extensão equivale a quase 88 quarteirões em uma cidade comum. O valor é menor do que o projetado inicialmente, que apontava uma área afetada de 140 hectares.
O resultado foi consolidado após novas perícias em campo feitas pela equipe de acompanhamento, que percorreu o local com GPS. Em entrevista ao Portal Miséria, Carlos Augusto, coordenador do ICMBio, afirmou que a redução da área queimada não necessariamente diminui o impacto na flora e fauna. “Mesmo em áreas menores, os impactos de um incêndio sobre a flora e fauna podem ser significativos, dependendo da intensidade e da vegetação atingida. Em áreas de ecossistemas sensíveis, como a Chapada do Araripe, o fogo pode causar perdas em espécies endêmicas, como o Soldadinho do Araripe e afetar diretamente o habitat de animais. Além disso, o tempo necessário para a recuperação desses ambientes é longo, mesmo que a área seja reduzida”, explica.
O Instituto atribui a diminuição da área impactada aos esforços realizados pelos profissionais de combate ao incêndio. “Essa notícia é positiva para o ICMBio, pois significa que as ações de combate ao incêndio foram eficazes em conter o fogo antes que se espalhasse, protegendo áreas adicionais. A redução da área impactada demonstra o sucesso da estratégia de resposta rápida e os esforços de contenção realizados em campo”.
O pós queimada
Segundo o ICMBio, equipes seguem monitorando a área para evitar reignições e aprofundando estudos sobre o impacto da queimada na vegetação e fauna locais. Além disso, avaliam a necessidade de ações de recuperação, como o plantio de espécies nativas e a remoção de materiais que possam representar riscos futuros.
A expectativa é que, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Crato e outros apoiadores, sejam realizadas campanhas de educação ambiental para conscientizar as comunidades próximas sobre o impacto dos incêndios e promover práticas preventivas.
Com informações de Site Miséria.