O prefeito eleito de São Caetano do Sul, Tite Campanella (PL), faz campanha na cidade da Grande São Paulo – Reprodução/Instagram
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, sai das eleições de 2024 como a sigla mais forte na Grande São Paulo. Dos 39 municípios da região, o Partido Liberal conquistou oito e vai disputar o segundo turno em Guarulhos, o mais populoso com exceção da capital.
O resultado mostra que a força eleitoral do ex-presidente, ele próprio inelegível até 2030, permanece alta em um dos colégios eleitorais mais importantes do país em termos econômicos e populacionais —apenas o estado de Minas Gerais é mais populoso que a região metropolitana de São Paulo, onde moram 20 milhões de pessoas.
O PT do presidente Lula, por outro lado, corre o risco de ser varrido da região que foi seu berço político. O Partido dos Trabalhadores atualmente governa as cidades de Mauá e Diadema, mas não elegeu nenhum candidato no primeiro turno e vai disputar o segundo nessas mesmas duas cidades, contra candidatos do União Brasil e do MDB, respectivamente.
O enfraquecimento do PT na região não é novidade, mas as esperanças do partido de retomar as prefeituras que perdeu desde a ascensão do antipetismo esse ano, com a volta de Lula ao Palácio do Planalto, foram frustradas.
Do outro lado da moeda, o PL mostrou resiliência. Se vencer em Guarulhos, terá nove prefeituras, uma a menos do que governa agora, mas manteve a dominância sem a ajuda de Bolsonaro no governo e conquistou São Caetano do Sul, cidade com o maior IDH da região —tudo isso depois de episódios de desgaste, como a inelegibilidade do ex-presidente e as consequências do 8 de janeiro.
As outras prefeituras da região foram, quase todas, conquistadas por partidos do centrão, refletindo a força desse bloco político no Congresso Nacional, onde é dominante. O Podemos governará seis municípios, incluindo Osasco; o PSD, de Gilberto Kassab, cinco; o MDB terá quatro, e disputa outros dois no segundo turno, inclusive São Paulo, com o prefeito Ricardo Nunes; o Republicanos tem três, e o União Brasil pode terminar com quatro.
A derrota mais simbólica para o PT foi em São Bernardo do Campo, cidade histórica para a sigla e para Lula, que tem lá seu domicílio eleitoral. Em uma eleição acirrada e com empate técnico entre quatro candidatos, segundo pesquisas de intenção de voto, o candidato do PT Luis Fernando Teixeira ficou de fora do segundo turno, marcando 23% dos votos.
Na cidade, a terceira mais populosa da região, com cerca de 840 mil habitantes, a prefeitura será disputada entre o ex-vice-prefeito Marcelo Lima, do Podemos, e o deputado federal Alex Manente, que obtiveram 28% e 26% nas urnas, respectivamente.
Com informações da Folha de São Paulo