7 de outubro de 2024
dinheiro

Foto: Getty Images — Foto: PEGN

Não querendo ser extremo, mas se eu pudesse elencar apenas um ponto mais contumaz para a derrocada de algumas empresas, sem dúvida elencaria o fato de muitos confundirem as contas pessoais, com as contas da sua empresa. Esse é um erro clássico, e que vai envenenando o caixa da sua empresa de maneira contínua. Você logo se vê retirando dinheiro do caixa da empresa, sem programação alguma, para pagar escola dos filhos, energia de casa, aluguel, condomínio, prestação do seu carro, etc. Tudo isso sem mesmo entender qual a capacidade de retirada que sua empresa possui.

É um fato corriqueiro encontrar alguns empresários se verem em um “buraco sem fundo” em suas finanças, pelo fato de não conseguirem diferenciar o que pertence ao caixa da empresa e o que é seu dinheiro próprio. A consequência disso, é chegar a um ponto em que as dívidas se tornarão impagáveis, pelo fluxo operacional da sua empresa, porque sangraram a capacidade financeira que o seu negócio possui para se sustentar.

Disciplina é um ponto crucial para se evitar essa situação. Com ela, se deve manter uma distinção bem clara das suas contas de pessoa física das contas da empresa.

Vamos ver agora, algumas dicas para lhes ajudar a organizar melhor suas finanças pessoais e da sua empresa:

I – TER CONTAS BANCÁRIAS SEPARADAS

Vamos começar pelo que é mais simples, manter contas bancárias separadas para a pessoa física e para a jurídica. Mesmo os empreendedores mais organizados, terão dificuldade de separar o que é seu do que é da empresa, ao utilizar apenas uma conta para fazer todas as transações.

Muitos acabam pagando, com o cartão da empresa, contas pessoais e vice-versa. Bem como utilizam o cheque especial para fazer o mesmo. Daí como não possuem um controle financeiro eficiente, acabam sem a visão real sobre a rentabilidade e a lucratividade do seu próprio negócio.

Ter contas separadas, dará ao empresário uma visão mais precisa sobre quanto tem de capital disponível, para cumprir as obrigações da empresa, e quanto poderá retirar sem afetar a saúde do seu caixa. Bem como, quanto pode reaplicar em no seu próprio negócio. Sem falar que, para questões fiscais, ter contas separadas ajudará, em muito, na hora de comprovar seu faturamento e de fazer seu imposto de renda.

II – DEIXE SUAS CONTAS PESSOAIS EM CASA

No dia-a-dia, o empresário pode acabar levando suas obrigações financeiras pessoais para que sejam pagas em sua empresa e daí, acabam se misturando com pagamentos a fornecedores, ao pagamento da folha dos funcionários e outros.

É necessário, ter todas as despesas muito bem separadas. Por isso, é preciso manter registrado tudo o que é gasto da empresa, e tudo o que é gasto pessoal. Você terá muito trabalho em separar o que é, proveniente das atividades da empresa e o que deve ser abatido do seu pró-labore.

III – TENHA O CONTROLE CONSTANTE DO FLUXO DE CAIXA DA SUA EMPRESA

Você possui algum controle que demonstre quanto de recursos disponíveis você tem em seu caixa? Quanto você tem a pagar a seus fornecedores dividido por período? Quanto você tem a receber de seus clientes por período? Ou seja, um controle que lhe demonstre tudo o que entra e tudo o que sai, por período. Sem isso, fica impossível se analisar se seus custos estão altos e quais medidas devem ser tomadas para correção.

Fazer uma conciliação bancária diária, é de fundamental importância para se monitorar suas finanças.

Ao se controlar o movimento do seu fluxo de caixa, o empresário poderá saber quando e como se fazer migrações de saldos positivos de umas contas para se sanar o saldo negativo de outras.

IV – DETERMINE UM VALOR FIXO PARA SUAS RETIRADAS MENSAIS

O Dono não pode, no momento de sua retirada, se ver como Dono, mas como funcionário do seu próprio negócio, e assim, deve ter definido um “salário fixo”, que deve estar dentro da capacidade de pagamento da empresa, e assim procurar sobreviver com essa retirada. Esta mesma deve se levar em consideração também, a função que a pessoa exerce e não a necessidade financeira do empresário. Para ser mais fácil, procure se colocar no lugar e imagine o quanto você pagaria para uma outra pessoa exercer a sua mesma função.

Um dos erros mais graves é que, ao se verificar que a empresa está tendo lucro, o empresário costuma incorporá-lo em sua retirada mensal.

Deve se ter em mente, que o lucro auferido pela empresa, tem finalidades específicas voltadas para o crescimento e sustentação do negócio, como: realizar investimentos, reserva para capital de giro, e outros.

Todo movimento financeiro deve ser feito de forma planejada para não comprometer o desempenho do seu negócio.

V – NÃO DEIXE DE TER RESERVAS FINANCEIRAS PESSOAIS E PARA SUA EMPRESA

Tanto sua pessoa física, quanto sua empresa, podem passar por momentos de aperto financeiro, e daí surge a necessidade de uma utilizar o caixa da outra. Tal situação, pode ser evitada se ambas começarem a fazer uma reserva financeira para emergências. Ou seja, tanto a empresa quanto o empresário, devem reservar um percentual de seu movimento mensal para se constituir uma reserva de emergência.

Tais reservas podem ser feitas, por exemplo, com investimentos com liquidez imediata, para que se possa recorrer aos mesmos sempre que preciso.

VI – IMPLANTE E UTILIZE UM SOFTWARE DE GESTÃO PARA LHE AJUDAR

É necessário se buscar a otimização da organização das suas informações financeiras, e um bom caminho para isso, é adquirir um software que seja prático e usual.

Este software poderá permitir a integração das informações de todos os setores, o que facilitará a arrecadação de tributos, a geração de relatórios contábeis, a apuração de custos, o monitoramento dos caixas. E ajudará a manter as contas da empresa separadas das contas pessoais.

Com essas informações espero ter lhes ajudado a entender a importância que é ter as contas da empresa separadas das contas pessoais. Disciplina é um ponto muito forte para se realizar tudo que está escrito neste artigo. Caso tenham dificuldades em conseguir fazer funcionar todas essas atividades aqui propostas, procure uma consultoria financeira devidamente conceituada, para lhes ajudar.

Fonte: Blog do Eliomar de Lima

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