O fenômeno da geração “nem-nem”, jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, reflete barreiras estruturais que dificultam sua inserção no mercado de trabalho e na educação.
Dados do Dieese mostram que é equivocado culpá-los pela situação, pois a maioria enfrenta desafios como empregos precários, rotatividade e falta de qualificação acessível. Apenas 1,4% não demonstram interesse em trabalhar, enquanto muitos buscam ativamente emprego ou cuidam de afazeres domésticos.
A desigualdade socioeconômica agrava o problema, afetando mais fortemente jovens de famílias pobres, que enfrentam menos oportunidades educacionais e dificuldades para se manterem empregados. Soluções devem focar em políticas públicas que promovam empregos estáveis e valorizem a educação, especialmente em nível estadual e municipal.
A desigualdade socioeconômica é um dos fatores mais críticos que influenciam a transição dos jovens entre a escola e o mercado de trabalho. Jovens de famílias mais ricas têm mais chances de continuar seus estudos ou se qualificar, enquanto aqueles de lares mais pobres enfrentam maiores dificuldades para ingressar no ensino superior ou em cursos profissionalizantes. Isso gera um ciclo de exclusão, em que os jovens mais vulneráveis precisam trabalhar mais cedo, muitas vezes em condições precárias e sem possibilidade de conciliar emprego e estudos.
A pesquisa do Dieese revela que 40% dos jovens de famílias mais pobres já participavam do mercado de trabalho no início de 2024, mas com pouca estabilidade. Em contraste, os jovens de famílias mais ricas, além de serem menos pressionados a buscar emprego cedo, têm acesso a melhores oportunidades educacionais e profissionais.
Essa disparidade reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades, incluindo programas de acesso à educação de qualidade, investimentos em qualificação profissional e apoio para a inserção no mercado de trabalho. Essas iniciativas podem ajudar a reverter o cenário para a geração “nem-nem” e garantir que os jovens tenham oportunidades reais de crescimento pessoal e profissional, independente de sua condição socioeconômica.
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