Nos últimos dias, o céu de Fortaleza tem surpreendido moradores com uma tonalidade acinzentada. O fenômeno, que também pode ser observado em outras cidades do Ceará, é resultado da presença de partículas de fumaça provenientes de queimadas em diversas regiões, principalmente no interior de São Paulo e no Centro Oeste.
O impacto não é apenas visual; também pode trazer consequências para a saúde da população.
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) explica que o céu acinzentado é causado pela fumaça das queimadas na Amazônia, no Pantanal e até mesmo em países do continente africano.
O meteorologista da instituição, Lucas Fumagalli, destacou que os diversos focos de queimadas ao redor do país impactam diretamente a situação do céu em Fortaleza.
Segundo Fumagalli, o vento seco transporta com facilidade o esse material particulado e isso se mistura com a forte onda de calor que atinge várias regiões do Brasil e do Ceará.
Meteorologistas apontam que a combinação de fatores como a baixa umidade, o calor intenso e os ventos fortes favorecem a dispersão da fumaça, que se acumula em diferentes altitudes da atmosfera, alterando a cor do céu. E isso deve continuar até a chegada das chuvas na região.
O acúmulo dessas partículas não é apenas uma questão estética, mas também de saúde pública. As partículas inaladas podem agravar problemas respiratórios, especialmente em crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes, como asma e bronquite.
Médicos alertam para o aumento de casos de doenças respiratórias durante períodos como este, em que a qualidade do ar é comprometida.
A médica pneumologista do Hospital da Messejana, Penha Uchoa, faz alertas às pessoas que estejam próximas a locais com queimadas.
Ela diz que nessas condições o melhor é ao máximo não ficar próximo da inalação direta dessa fumaça, procurar ambientes mais arejados possíveis, colocar pano úmido cobrindo o nariz e boca e procurar sempre respirar pelo nariz, que já tem um sistema próprio de proteção.
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