22 de novembro de 2024
A disputa no Crajubar fica entre o palanque de Camilo e Lula e o bolsonarismo representado por Glêdson e Aloísio Brasil

Foto: Montagem/Felipe Ribeiro/LSB

Uma definição é certa. Os palanques nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha se dão com base na premissa de que a eleição municipal tem muito a ver com o quadro nacional da política brasileira.

De um lado os chamados partidos da base aliada dos governos Lula e Elmano. E com forte apoio da maior liderança política do estado do Ceará no momento atual que é o senador e Ministro da Educação, Camilo Santana. Com o aval ainda de lideranças como Eunício Oliveira (MDB), o senador Cid Gomes (PSB) e o deputado federal José Guimarães, principal liderança do PT cearense.

De outro lado os partidos políticos de direita como PSDB e um partido de centro-esquerda (de forma inadvertida dizem críticos do cirismo) que é o PDT de Ciro Gomes, os partidos mais bolsonaristas como PL e União Brasil e partidos que gravitam na órbita do centrão como o Podemos.

O problema do palanque da direita é que o nível de possibilidade de transferência de votos é muito baixo, a partir da avaliação da imagem de cada liderança nacional.

Por exemplo, em Juazeiro do Norte de acordo com pesquisa AtlasIntel divulgada nesta semana pela rádio O Povo/CBN o Ministro Camilo Santana tem uma imagem positiva entre os eleitores que chega a 80 por cento. Já o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) tem uma imagem positiva na terra do Padre Cícero que chega a 70 por cento.

Os apoiadores de Glêdson Bezerra, que seriam o ex-presidente Jair Bolsonaro que tem seu PL no palanque do atual prefeito juazeirense e Ciro Gomes (PDT) que joga pesado no discurso com o petismo, tem ambos uma imagem mais negativa que positiva diante do povo de Juazeiro do Norte.

A imagem positiva de Ciro Gomes é 30 % com 54% de negativo. Já Bolsonaro tem 18% de positivo e 78% de negativo.

Partindo do pressuposto que estamos numa disputa polarizada nas três cidades do Crajubar entre um palanque de esquerda e seus aliados de centro e um outro palanque de direita e extrema-direita, então, é fácil pensar que lideranças como Lula e Camilo nesse momento devem estar pensando qual será o momento para uma visita ao Crajubar, Fortaleza e Caucaia para reforçar seus palanques e tentar garantir a vitória de seus apoiados.

Ao mesmo tempo, candidatos como Glêdson, Aloísio Brasil e Antonio Neto devem também estar pensando que talvez seja mais negócio se afastar de nomes como Bolsonaro e Ciro Gomes que em Juazeiro do Norte, por exemplo, tem avaliação negativa.

O palanque com pouco apoio de lideranças políticas pode ser um problema para Glêdson Bezerra. Já que o prefeito de Juazeiro do Norte mostrou pouca tendência a unir lideranças e um palanque plural. Ao mesmo tempo, no último debate contra Fernando Santana conseguiu colocar em um mesmo balaio todos os vereadores deixando a transparecer um ataque os parlamentares de Juazeiro do Norte como se nem todos fossem políticos honestos.

Por falar nesse assunto, o presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte Capitão Vieira Neto (MDB) já avisou que vai processar o prefeito pela fala no debate e os ataques aos vereadores. Vieira disse que “já constituímos advogado, vamos fazer as representações necessárias para que ele respeite as pessoas, respeite o Poder Legislativo, respeite a democracia. Ele desrespeitou não apenas a Câmara, mas todos os vereadores. Ele quis desdenhar do Legislativo, desrespeitar quem faz o Legislativo”.

Nesse balaio eleitoral a verdade é que após saírem algumas pesquisas e começar a campanha que chega hoje apenas ao seu quinto dia, tudo está indefinido. E os partidos e lideranças devem começar desde já a pensar seus caminhos.

 

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