22 de novembro de 2024
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Com sua frota de vários ônibus pintada nas cores verde escuro e bege, operava a rota para São Paulo, sempre lotado de passageiros de Cajazeiras e várias cidades próximas que iam morar em São Paulo à procura de empregos e estudo, inclusive, a maioria dos jovens de Cajazeiras, ao término da prestação do serviço militar, no Tiro de Guerra, já tinham traçado esse destino. A opção era essa, porque, Cajazeiras não oferecia emprego para muita gente e, no Brasil, São Paulo era a capital que mais dispunha de vagas.

Lembro-me que o terminal da Rodoviária Antônio Ferreira, de propriedade de Raimundo Ferreira – que também era o proprietário da Viação Brasília –, anos de 1960, ficava bastante movimentado com a chegada de veículos particulares e táxis, onde as pessoas desembarcavam para essa viagem, inclusive, parentes ou amigos, acompanhavam para se despedirem. O ônibus saia da garagem e, chegando na rodoviária, os motoristas que iam conduzir até São Paulo, com muita paciência, ficavam na porta e recebiam os passageiros com seus documentos e as passagens nas mãos, enquanto o atendente do guichê colocava as bagagens nos bagageiros.

Devido à longa viagem, de quase dois dias, muitos passageiros, com poucos recursos financeiros para se alimentar durante a viagem, traziam de suas casas comida, principalmente, farofa de galinha assada, acompanhada de outros salgados – rapadura, queijos, pães, biscoitos e outras guloseimas. Antigamente, as cerealistas vendiam biscoitos das marcas Piraquê, Aimoré e outras marcas em latas e estas serviam para esse tipo de transporte nessas viagens. Naquela época, os ônibus não dispunham de ar-condicionado e durante a viagem, pela pequena velocidade em que andavam, as janelas ficavam abertas a critérios dos passageiros e, também, era permitido fumar durante a viagem. Enfim, são lembranças passadas, que jamais esqueceremos.

Fonte: site Coisas de Cajazeiras