22 de novembro de 2024
alexasndre de moraes

Integrantes de uma estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) discutiram um plano para atentar contra a vida do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e produziram um dossiê com o objetivo de prejudicá-lo. As revelações são da Polícia Federal (PF), que investiga o uso indevido da agência para fins políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A PF descobriu mensagens entre membros da chamada “Abin paralela” que mencionavam a possibilidade de dar “um tiro na cabeça” de Moraes. Além disso, foi identificado um esforço coordenado para compilar informações que pudessem ser usadas contra o ministro, visando desacreditá-lo e comprometer sua imagem pública.

Em mensagens trocadas em agosto de 2021, integrantes dessa estrutura paralela discutiram sobre um inquérito da PF que apurava um ataque hacker no TSE.

“Tá ficando foda isso. Esse careca tá merecendo algo a mais”, diz um dos investigados.

O outro responde: “7.62 (munição de arma de fogo).”

Nesse momento, o interlocutor acrescenta: “head shot” (tiro na cabeça).

A investigação, conduzida no âmbito da operação Última Milha, identificou que a organização agia à margem da Abin oficial, utilizando recursos e informações para proteger aliados e atacar adversários políticos do governo Bolsonaro. Este grupo teria contado com o apoio de figuras influentes na administração anterior, incluindo o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.

A operação Última Milha, que já resultou na prisão de diversos envolvidos, agora foca em desmantelar essa rede clandestina dentro da inteligência brasileira. As provas coletadas incluem mensagens, gravações de áudio e documentos que evidenciam as ações ilegais perpetradas pelo grupo.

Com informações de O Globo