A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou nesta terça-feira (18) o debate realizado no plenário do Senado sobre o aborto. A parlamentar desafiou a contadora de histórias, que encenou um feto na segunda-feira (17), a também encenar uma mulher sendo estuprada.
“Eu queria até o telefone, o contato daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada”, disse a senadora.
“Eu quero que ela faça a encenação do estupro agora. Por que não? Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro”, completou.
Thronicke afirmou que é contra o aborto, defendendo que a vida começa na concepção, mas destacou que o Estado é laico e que o aborto é legal no Brasil em três situações: em caso de estupro, de anencefalia fetal ou de risco de morte à gestante.
“A bancada feminina [do Senado] é a favor da vida e o aborto é proibido no nosso país, com três exceções dificílimas: o feto anencéfalo, risco de morte da mãe e o estupro. E não é obrigada a abortar quem foi estuprada e por acaso engravidou. Vai quem quer, de acordo com a sua fé, com a sua consciência. Por quê? Porque o Estado é laico”, declarou.
O Projeto de Lei 1904/24, conhecido como PL do antiaborto, equipara o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio simples.
Durante a sessão organizada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), Nyedja Gennari encenou um feto gritando durante o procedimento de assistolia fetal. “Não! Quero continuar vivo”, gritou a contadora de histórias.