E o tiro saiu definitivamente pela culatra. Um deputado republicano aliado do Donald Trump achou que estaria dando um furo e “desmascarando” o STF no Brasil. Ele divulgou um relatório em que mostraria supostos ataques à liberdade de expressão no Brasil. Olha só.
Acreditou o tal deputado que era algo que iria estremecer o governo e o Supremo Tribunal Federal em nosso país, ou manchar a imagem do Brasil no exterior como querem trumpistas, bolsonaristas e o Elon Musk. Ao final e ao cabo, o que esse extremista americano fez foi expor os crimes dos extremistas bolsonaristas brasileiros. E nada de novo apresentou em termos de denúncias contra o Brasil.
No lugar de estremecer o SFT ou “desmascarar” as instituições e a democracia no Brasil o tal relatório divulgado pelo deputado aliado de Trump apenas expos que a milícia digital bolsonarista comete toda sorte de crimes.
Esse deputado chamado Jim Jordan está sendo agora chamado de Carla Zambelli dos Estados Unidos, ou seja, um trapalhão que achou que iria estourar o Brasil e jogou a bomba, a culpa e publicou mais crimes praticados por milicias digitais extremistas em nosso país. Deu tudo errado o enredo de um jogo que parecia combinado.
O jornalista Reinaldo Azevedo no X (antigo Twitter) alertou para o arsenal de mentiras. Escreveu:
Lá estão os bolsonaristas no X a anunciar a suposta “bomba” de Elon Musk contra Alexandre de Moraes… Sim, é vergonhoso, é constrangedor, é ridículo… A bomba não passa de uma biribinha ridícula. Fazer o quê? O bando trumpista da Comissão de Justiça da Câmara dos EUA divulgou um “relatório” que lista ordens expedidas pelo TSE e pelo STF, no âmbito de inquéritos sigilosos, determinando a suspensão de perfis do próprio X e de páginas de outras redes. Entenda a trapaça em curso na minha página no @uolnoticias e, de quebra, saiba mais sobre os moralistas de Musk.
O jornalista Leandro Demori divulgou no ICL Notícias muita coisa esclarecedora sobre esses acontecimentos.
Ele escreveu:
Um relatório de 541 páginas, divulgado por políticos do Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Estados Unidos sobre supostos “ataques à liberdade de expressão” no Brasil, revela crimes praticados pela milícia digital bolsonarista e extremistas como o blogueiro Allan dos Santos — foragido há quase três anos da Justiça brasileira e que se mudou para aquele país para não ser preso.
São documentos que a rede social de Elon Musk enviou ao Congresso norte-americano depois do jogo combinado com o congressista Jim Jordan, um dos principais apoiadores de Donald Trump — herói dos bolsonaristas.
A Justiça brasileira havia pedido o bloqueio de contas no Twitter (atualmente X) em redes sociais da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), uma entidade que alimentou os políticos de extrema-direita Gustavo Gayer, Bia Kicis e André Fernandes com a mais famosa fake news espalhada no calor do 8 de janeiro.
Eles divulgaram a farsa da senhora que teria morrido nas dependências da Polícia Federal (PF) depois das prisões daquele dia. Nas redes, uma foto de um casting de agência de publicidade foi usada para dar veracidade à história e “comprovar” a “tortura” que os apreendidos recebiam da PF.
Para dar credibilidade à história, eles usaram a sigla da entidade chamada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB) como se fosse a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Tudo isso está no relatório publicado esta noite por esse comitê da Câmara dos EUA.
Depois, a neta da idosa em questão gravou um vídeo chamando a fake news de “porca” e “nojenta”. A foto usada para espalhar a mentira foi retirada de um banco de imagens gratuito do fotógrafo Edu Carvalho, de Campinas (SP). Ela retrata Deolinda Tempesta Ferracini, avó de sua esposa e que morreu em novembro de 2022 devido a um acidente vascular cerebral (AVC).