Autoridades políticas e militares visitaram o general Eduardo Villas Bôas em dezembro de 2022, mês que antecedeu os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). O militar foi assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a Folha de S.Paulo, Bolsonaro e o general Braga Netto, seu ex-ministro da Defesa, foram à casa de Villas Bôas pelo menos duas vezes: a primeira no dia 7 de dezembro e segunda ocorreu em 20 de dezembro. O jornal informou que, segundo militares que trabalharam com Bolsonaro, o ex-mandatário foi consultar Villas Bôas com objetivo de pedir uma espécie de bênção para a trama golpista.
A Polícia Federal investiga um plano golpista defendido por aliados do ex-mandatário. Está sendo apurada uma mensagem encaminhada pelo general Walter Braga Netto ao capitão Ailton Barros em 17 de dezembro de 2022 criticando Paiva pela visita a Villas Bôas.
“O Tomás foi no VB, ontem…E aí…acredite… ele deu uma mijada no VB e na Cida!”, diz o texto, em referência à esposa de Villas Bôas. Segue a mensagem: “Terminou dizendo que os dois serão prejudicados com as intervenções ‘sem noção’ que estão fazendo… na saída, ele resolveu abrir o jogo e falou mal de todo o ACE [Alto Comando do Exército]. (…) Parece até que ele é PT, desde pequenininho…!”.
Policiais federais querem mais detalhes da reunião entre o general Tomás Ribeiro Paiva e Villas Bôas.
Villas Bôas foi instrutor de Tomás na Aman, a Academia Militar das Agulhas Negras, e, quando comandou o Exército (2015-2018), nomeou o general como chefe de gabinete.
Paiva comentou sobre a reunião. “O general Villas Bôas me mandou recentemente um zap falando assim: Pô, você é meu amigo, irmão, parente, filho. A relação que eu tenho com ele é de cadete, meu comandante de companhia. Foram botar essa porcaria, que eu fui chantagear o general Villas Bôas, uma mentira sórdida”, afirmou em uma palestra fechada para oficiais do Comando Militar do Sudeste em janeiro do ano passado.
Fonte: site Brasil 247
Foto: PR | Reuters | Senado