Com cinco meses de guerra no Oriente Médio, 103 profissionais de imprensa foram mortos, sendo que 96 são palestinos. Os números chocantes que acometem não só os comunicadores, mas toda a população palestina, fez com que a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), sindicatos e organizações de defesa da liberdade de expressão promovessem em diversas cidades no mundo, na última segunda-feira (26), o Dia Internacional de Solidariedade aos Jornalistas Palestinos.
Como efeito de comparação, em dois anos de guerra na Ucrânia, 15 jornalistas morreram, conforme dados do Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ).
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Sherif Mansour, coordenador do programa do CPJ para o Oriente Médio e o Norte de África, aponta que “o exército israelense matou mais jornalistas em 10 semanas do que qualquer outro exército ou entidade num único ano. E com cada jornalista morto, a guerra torna-se mais difícil de documentar e de compreender”, denunciou Mansour, ao lembrar que muitas mortes são justificadas por Israel sob o infundado argumento de que os jornalistas estariam envolvidos com o Hamas.
Ataques aos veículos de imprensa
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos estima que 65 profissionais de mídia estão presos e 1,5 mil foram deslocados na Faixa de Gaza.
Outra denúncia feita pela entidade é quanto a destruição promovida aos veículos de imprensa em Gaza, como forma de impedir que o massacre seja noticiado. Segundo consta, 73 instituições de comunicação social na Faixa de Gaza foram destruídas em bombardeios, sendo:
- 21 estações de rádio locais;
- 15 agências de notícias locais e internacionais;
- 15 canais de satélite locais e internacionais;
- 6 jornais locais;
- 3 torres de transmissão;
- 13 instituições de assessoria de imprensa.
Brasil
O movimento é acompanhado solidariamente por sindicatos aqui no Brasil. Na segunda-feira (26), em Juiz de Fora (MG), e nesta terça-feira (27), em São Paulo (SP), atos lembram a memória dos jornalistas mortos e pedem o cessar-fogo.
Em São Paulo, o ato é promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo com outras entidades.
Para a Agência Brasil, a presidenta da Fenaj, Samira de Castro, disse que o direito de os jornalistas brasileiros se posicionarem e denunciarem o massacre promovido por Israel tem sido atacado.
“No Brasil, também estamos vivendo um ataque a todos os jornalistas que ousam se posicionar em relação ao direito, à liberdade de imprensa e de expressão do ponto de vista do lado palestino”, afirmou Samira.
O evento ocorre na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, nesta terça (27), a partir das 20 horas, e contará com transmissão ao vivo. O endereço é Rua Rego Freitas, 530, República.