Dados alarmantes revelados pelo Observatório da Dívida Social da Pontifícia Universidade Católica Argentina (UCA) expõem um cenário sombrio para a Argentina, com a taxa de pobreza atingindo 57,4%, o patamar mais elevado em duas décadas, em um contexto de políticas ultraneoliberais implementadas pelo governo de extrema direita do presidente Javier Milei.
Segundo o Estadão Conteúdo, a pesquisa do UCA indica um avanço significativo da pobreza, principalmente entre os lares pertencentes às classes trabalhadoras ou que não são beneficiários de programas sociais. Em dezembro, a taxa já estava em 49,5%, indicando uma escalada contínua do problema.
Em publicação na rede social X (antigo Twitter), o Observatório alertou: “Após mais de duas décadas de vigência de um regime inflacionário, de empobrecimento e aumento dos programas sociais, ao que se soma um novo programa econômico de ajuste ortodoxo, a pobreza continua a aumentar apesar da assistência pública”.
A população de indigentes também não escapou do crescimento alarmante, passando de 9,6% no terceiro trimestre de 2023 para 15,0% em janeiro de 2024, um aumento significativo e preocupante em um curto período de tempo.
Agustín Salvia, diretor do Observatório, ressaltou a importância de reduzir a inflação para um dígito como um passo crucial para estabilizar a economia e, consequentemente, combater a pobreza. Em declaração dada à emissora La Nación +, ele disse que “é fácil voltar de 55% a 40%”, referindo-se à taxa de pobreza.
Fonte: Brasil 247
Foto: Luis Robayo/Pool via REUTERS