22 de novembro de 2024

A pista do Sambódromo do Anhembi recebe, nesta sexta-feira e sábado (9 e 10 de fevereiro), as 14 escolas que brigam pelo principal troféu do carnaval paulistano. O Grupo Especial terá dois dias de desfiles, que prometem uma disputa acirrada. Confira agora os enredos de cada uma das escolas, apresentadas aqui na ordem em que desfilam. Na noite de ontem tivemos o a primeira noite dos desfiles que foi abeerto pela escola de samba Camisa Veerde e Branco abriu so desfiles deste carnaval 2024.

Escolas de sexta-feira (9 de fevereiro)

Camisa Verde e Branco

De volta ao Grupo Especial após o vice-campeonato no Grupo de Acesso em 2023, a Camisa Verde e Branco abre a primeira noite de desfiles no Anhembi. O enredo Adenla – O Imperador nas Terras do Rei tem como figura central o ex-jogador de futebol Adriano, que ficou conhecido como “Imperador”, e vai falar também sobre o orixá Oxossi, Rei de Ketu.

Quarta maior vencedora do carnaval paulistano, com 9 troféus, a Camisa não leva o título do Grupo Especial desde 1993, e quer retomar os tempos de glória destacando o poder de “acreditar em si mesmo” – e é aí que Oxossi e Adriano se aproximam, no entendimento da escola.

Barroca Zona Sul

Sonhando com o primeiro título no Grupo Especial, a Barroca levará para a avenida uma homenagem à própria escola, que em 2024 completa cinquenta anos de fundação. O título do enredo cita o imponente apelido da escola: Faculdade do Samba.

O carnavalesco Pedro Magoo, que faz sua estreia na escola, disse que conversou muito com a velha guarda para compor o desfile, e, após ouvir as histórias, escolheu Sebastião Eduardo do Amaral, que ficou conhecido como “Pé Rachado”, para ser o fio condutor do enredo. Fundador da escola, Pé Rachado morreu em 1990, mas ainda hoje é lembrado no barracão.

Dragões da Real

A Dragões é a primeira de quatro escolas ligadas a torcidas organizadas de clubes de futebol a pisar o Anhembi neste ano. A escola, fundada por torcedores do São Paulo, vai levar para a avenida o enredo África, Uma Constelação de Reis e Rainhas.

A escola afirma que “a fim de proporcionar um resgate de identidade histórica, vai buscar no continente africano, berço da humanidade, as mais fascinantes narrativas sobre Reis e Rainhas que marcaram o mundo como grandes exemplos de luta e coragem, tornando-se estrelas inspiradoras”.

Independente Tricolor

Também ligada a uma torcida organizada do São Paulo, a Independente Tricolor é mais uma agremiação a apresentar um enredo ligado à África. Com Agojie, A Lâmina da liberdade!, a escola vai falar sobre guerreiras do reino de Daomé (atual Benim), que lutaram entre os séculos 17 e 19, e são apresentadas como “o único exército feminino que já existiu”.

“As Agojie, como eram chamadas, foram exemplo de força e resistência, e também deixaram seu legado, sendo fundamental na construção da identidade de tantas outras mulheres pretas que hoje se identificam e se empoderam, lutando contra toda e qualquer dominação, externando seu ímpeto e empunhando sempre a lâmina da liberdade!”, destaca a Independente.

Acadêmicos do Tatuapé

Dona de dois troféus do carnaval paulistano, em 2017 e 2018, a Acadêmicos do Tatuapé promete uma viagem à Bahia, com o enredo Mata de São João – uma joia da Bahia símbolo de preservação! Entre cantos e tambores. Viva a mata de São João!

Pequena cidade baiana, com menos de 50 mil habitantes, Mata de São João vai ser apresentada a partir da tradição do artesanato regional feito de barro. A escola pretende levar muitas cores para destacar a diversidade cultural da cidade litorânea, com festas para Iemanjá, São João Batista, Nossa Senhora dos Navegantes e Senhor do Bonfim.

Mancha Verde

Fundada por torcedores organizados do Palmeiras, a Mancha Verde é uma das principais forças do carnaval paulistanos nos desfiles recentes, com dois títulos e dois vice-campeonatos nos últimos quatro anos. Em busca de mais um troféu, a escola leva para a avenida o enredo Do Nosso Solo para o Mundo, sobre a história da agricultura no Brasil.

“A ideia é retratar o amor do homem do campo pela terra que o sustenta, a agricultura familiar, a fé e o respeito pela Mãe Natureza e, também, destacar os exemplos e caminhos a serem seguidos na esperança de um futuro sustentável, longe da escassez dos recursos naturais, da extinção, da fome e da miséria”, promete a escola.

Rosas de Ouro

A primeira noite de desfiles do Grupo Especial de São Paulo será fechada pela Rosas de Ouro. Sete vezes campeã do carnaval paulistano, a escola busca retomar um título que não vem desde 2010. Para isso, vai levar para o Anhembi um dos grandes cartões postais de São Paulo: o Parque Ibirapuera, que em 2024 completa 70 anos.

A escola deve entrar na avenida já com o dia amanhecendo, e quer usar isso a seu favor, fazendo uma referência às pessoas que ocupam o parque em atividades esportivas matinais. O enredo Ibira 70 – A Rosas de Ouro é São Paulo no Carnaval 2024, de caráter histórico, quer mostrar as muitas faces do parque, reconhecido como um espaço para a natureza, a cultura e como um espaço para encontros.

Escolas de sábado (10 de fevereiro)

Vai-Vai

Líder em conquistas no carnaval de São Paulo, com nada menos que 15 títulos, a Vai-Vai está de volta ao Grupo Especial em busca de recuperar os velhos tempos, após duas passagem pelo Grupo de Acesso nos últimos três anos. A escola abre o segundo dia de desfiles no Anhembi com um enredo sobre uma das mais importantes manifestações culturais de São Paulo, o hip hop.

A proposta é discutir a cidade de São Paulo, suas ruas e sua relação com a arte. Com Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano, a escola terá na avenida as presenças de nomes como Negra Li, Emicida, Dexter, Djonga, Thaide e os Racionais MCs.

Tom Maior

A segunda escola a desfilar no sábado de carnaval em São Paulo é a Tom Maior. Figura frequente no Grupo Especial desde 2005, a escola nunca foi além do quarto lugar. Neste ano, leva para a avenida o enredo Aysú – uma história de amor, com temática indígena. Personagens de um mito de origem grega, Orfeu e Eurídice ganham novos nomes no desfile da escola.

“Em uma fantástica viagem, daquelas que só o carnaval pode nos proporcionar, chamaremos Orfeu para sambar. Só que nessa terra tupiniquim um cocar ele vai usar. Retiraremos sua lira, lhe entregaremos uma flauta e nome melhor para ele vamos dar: Abaeté. É assim que vamos lhe chamar… Eurídice, aqui no Pindorama, virará Anahí e será a mais bela Cunhã-Poranga desse lugar e essa história de amor vamos carnavalizar. Já esse lindo sentimento, nesse delírio, vai ter nome de Aysú”, explica a Tom Maior.

Mocidade Alegre

Atual campeã e dona de 11 troféus do Grupo Especial, a Mocidade Alegre vem forte em busca de mais um título. Desta vez, a escola vai apresentar a história de um dos nomes mais importantes da cultura brasileira: o paulistano Mário de Andrade, com o enredo Brasiléia Desvairada: A busca de Mário de Andrade por um país.

Há exatos 100 anos, em 1924, Mário de Andrade escreveu carta a Carlos Drummond de Andrade em que dizia “É no Brasil que me acontece viver e agora só no Brasil eu penso e por ele tudo sacrifiquei”. Na avenida, a Mocidade vai contar algumas das viagens que o escritor fez pelo Brasil, visitando o Sudeste, o Norte, o Nordeste para conhecer de perto a cultura popular do país.

Gaviões da Fiel

Maior vencedora entre as escolas vinculadas a torcidas de clubes de futebol no carnaval paulista, a Gaviões da Fiel vive um jejum de mais de 20 anos: o último dos quatro títulos até aqui veio em 2003. Em 2024, a escola, fundada por torcedores do Corinthians, vai apresentar o enredo Vou te Levar para o Infinito, que faz referências à primeira conquista da escola, em 1995.

A proposta da escola é, na avenida, desafiar a lógica do tempo e romper os limites do espaço, mergulhando na imensidão. “Quem sabe um dia, quando a mente delirar / Vou te levar pro céu, eu vou / Atravessar o tempo / A imensidão do universo me guiou”, diz um trecho do samba-enredo.

Águia de Ouro

Campeã do Grupo Especial pela primeira vez em 2020, a Águia de Ouro tenta o bicampeonato, e vai levar para o Anhembi os 100 anos de história do rádio no Brasil, tendo como referência a fundação da Rádio Nacional, em 1922.

A escola promete uma apresentação carregada de nostalgia, mostrando personagens históricos, como Edgar Roquette-Pinto, fundador da Nacional, e Roberto Landell de Moura, o Padre Landell, que ainda no fim do século XIX inventou as transmissões por ondas de rádio.

Império de Casa Verde

Penúltima escola a desfilar no Grupo Especial de São Paulo neste ano, a Império de Casa Verde vai homenagear uma das maiores cantoras populares do país, com o enredo A Cabocla Mística em Rituais da Floresta: o Império de Fafá de Belém no palco do Carnaval.

A Império vai contar detalhes da vida e da carreira da cantora paraense, com referências às tradições amazônidas, festejos culturais e religiosos. E, claro, Fafá estará presente. A homenageada se envolveu com o desenvolvimento do trabalho da escola desde antes do anúncio oficial do enredo.

Acadêmicos do Tucuruvi

Fechando a série de desfiles do Grupo Especial de São Paulo em 2024, a Acadêmicos do Tucuruvi vai apresentar o enredo Ifá, sobre um oráculo africano de origem iorubá. Após duas temporadas na 11ª colocação, a Tucuruvi tenta voltar aos bons tempos, como em 2011, quando chegou ao vice-campeonato do carnaval paulistano, em sua melhor participação.

“Diversos mitos de origem nos contam que Ilé Ifẹ̀, berço da humanidade localizado na atual Nigéria, teria sido o seu local de surgimento. E, ali, não nasceria apenas o Ifá como a conexão entre o humano e o sagrado, mas, também, um ideal que prega o amor ao próximo e a superação de toda a maldade que há no homem, que deve viver em harmonia com ele mesmo e com a natureza. A filosofia de Ifá se construiu, durante séculos, como uma ciência africana que, a partir do triste processo de escravidão negra, chegou às Américas e espalhou-se por diversos países como Haiti, Cuba e Brasil”, explica a escola.

 

Fonte: site Brasil de Fato