Cerca de 68% dos paulistanos não votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta (1). Ainda de acordo com o levantamento, 46% dos eleitores disseram não apoiar um nome indicado pelo governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A pesquisa foi realizada pelo instituto na terça (29) e na quarta (30) e entrevistou 1.092 pessoas. A margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos.
Entre os entrevistados, 37% não votariam em um candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), praticamente metade da rejeição de Jair Bolsonaro.
Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 25% dos paulistanos consideram o governo Lula como ruim ou péssimo (45% avaliam como como bom ou ótimo e 29% como regular).
A avaliação positiva do governo federal na capital paulistana é maior na média do país (na rodada da pesquisa nacional Datafolha, em junho: 37% de aprovação; 27% ruim/péssimo; 33% regular).
Foi o primeiro levantamento da Folha de S.Paulo visando a eleição municipal na capital paulista no ano que vem.
Nesta sexta, o instituto divulgou pesquisa de intenção de voto para a prefeitura da capital paulista, e indicou que o candidato Guilherme Boulos (PSOL-SP) está a frente com 32% das intenções de voto, enquanto o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) marca 24%.
Ricardo Nunes tenta se descolar de Bolsonaro
Dois dias após o Partido dos Trabalhadores confirmar apoio a candidatura de Guilherme Boulos, o prefeito Ricardo Nunes se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, Nunes, ao lado de Bolsonaro, anunciou que a conversa girava entorno do Smart Sampa, um sistema de reconhecimento facial cujo edital já foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União por constar termos racistas.
Após questionamentos dos jornalistas, no entanto, Bolsonaro deu com a língua nos dentes e definiu como “quase certo” o apoio dele e do Partido Liberal à candidatura de Ricardo Nunes. “O apoio está quase fechado, estamos noivos”, confessou Bolsonaro
“Não existe um contato nosso que não haja essa conversa. Somos de partidos diferentes, mas vamos conversar. (…) Com um lançamento antecipado, você desgasta até o última dia. Vamos atrasar o máximo possível”, concluiu o ex-presidente.
Semanas após o encontro, porém, Bolsonaro recebeu uma série de reveses na Justiça e o prefeito paulistano começou a se descolar.
Desde o “almoço da Smart Sampa”, o ex-presidente foi envolvido em uma suposta conspiração para atacar o sistema das urnas eletrônicas, o caso do hacker Walter Delgatti; admitiu abastecer uma rede de disparo de mentiras de caráter golpista usando grandes empresários; além das sete visitas à Polícia Federal para responder investigações a respeito do caso das joias sauditas.
Ao programa Conversa com Bial, o prefeito Ricardo Nunes desconversou e disse “não saber o que é ser bolsonarista”.
“Não sei nem o que é ser bolsonarista, sou ricardista. Comecei tão cedo a trabalhar, tenho a minha história para chegar e falar que sou apadrinhado”, disse.
“Eu não sei nem se ele vai me apoiar, eu gostaria de ter o apoio do presidente Bolsonaro. Gostaria de ter o apoio do Tarcísio, gostaria de ter o apoio de outras lideranças políticas para a gente poder fazer uma grande frente. Tenho uma condição que eu me orgulho, de ser uma pessoa de centro que tem um bom diálogo “, concluiu o prefeito.
Publicado no Portal Vermelho