Ministério Público Federal (MPF) expediu um ofício questionando o Google sobre um possível favorecimento de conteúdos contrários ao Projeto de Lei das Fake News em resultados de busca da plataforma. A medida foi tomada nesta segunda-feira (1º).
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo usou como base um estudo feito pela NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para fazer os questionamentos.
O estudo feito pelo grupo de pesquisadores da UFRJ mostra que um suposto direcionamento de resultados de pesquisa quando um usuário busca por informações sobre o PL 2630 no Google.
Em um teste feito pela NetLab no dia 29 de abril, ao utilizar o termo “PL 2630” para uma pesquisa no Google, a plataforma retornou com um conteúdo patrocinado da própria empresa com o título “Conheça o PL da Censura”.
A expressão “PL da Censura” tem sido usada pela oposição para criticar a proposta que tramita na Câmara. Apesar de o Google não entregar mais o conteúdo patrocinado, o último resultado da primeira página é um post do blog oficial da plataforma com o título “Como o PL 2630 pode piorar a sua internet”.
O estudo afirma ainda que o Google estava sugerindo buscas com a expressão “PL da Censura” em pesquisas com o termo “PL 2630”, mesmo em abas anônimas do navegador.
A NetLab informou que fez um cruzamento de dados que indicou que buscas no Google relacionadas ao PL 2630 não estavam utilizando o termo “PL da Censura”.
Para os pesquisadores, esses dados podem indicar que “o Google vem usando os resultados de busca para influenciar negativamente a percepção dos usuários sobre o projeto de lei”.
Diante dessas informações, o MPF solicitou que o Google preste informações sobre os critérios que nortearam os resultados de busca sobre o termo “PL 2630” em um prazo de 10 dias.