Uma viagem de Anderson Torres à Bahia entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2022 colocou o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro no foco de uma investigação sigilosa para apurar como foi montada a operação da Polícia Rodoviária Federal que bloqueou as estradas do Nordeste no dia do segundo turno,
A PF apura se houve um esforço dirigido para impedir que eleitores de Lula chegassem aos locais de votação.
O inquérito tenta reconstituir a forma como o governo Bolsonaro se preparou para sabotar Lula no segundo turno. A investigação, que se soma às apurações sobre a minuta golpista, deve complicar ainda mais a situação do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro.
Segundo o que a Polícia Federal já apurou, no final da manhã da quarta-feira 26 de outubro, o ex-ministro da Justiça Torres e seus assessores se reuniram com o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro Almada, e seus dois assessores diretos, os delegados Flávio Marcio Albergaria Silva e Marcelo Werner Derschum Filho, com o objetivo de ordenar que a Polícia Federal se engajasse, com equipes e trabalho de inteligência, na operação que o Ministério da Justiça planejara com a Polícia Rodoviária Federal nos ônibus e veículos que transportariam eleitores no domingo, com vistas a parar todos os que apresentassem qualquer tipo de irregularidade. O objetivo seria sabotar o comparecimento de eleitores de Lula nas urnas.
Na época, este equema de boicote à movimentação de eleitores foi amplamente denunciado.
As informações são da jornalista Malu Gaspar, no Globo.