Em nome de mais de 30 mil indígenas dos povos Yanomami e Ye’kwana, Dario Kopenawa Yanomami participou da 52ª Sessão da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, o líder indígena atribuiu ao governo Bolsonaro parte da responsabilidade das invasões de garimpeiros nas terras indígenas.
“A invasão do garimpo ilegal dentro da Terra [Indígena] Yanomami se intensificou durante o governo Bolsonaro”, denunciou Dário, atual vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY).
Em participação à distância no evento que acontece em Genebra, na Suíça, Dario Kopenawa destacou que o avanço do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami trouxe doenças, violência contra mulheres, crianças além de crimes de violência sexual contra indígenas da região.
O relatório “Yanomami Sob Ataque: Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo” mostra que, em 2021, o garimpo ilegal avançou 46% em comparação com 2020. Outro estudo, da HAY, revelou que de 2016 a 2020, o garimpo na TIY cresceu 3.350%.
Dário Kopenawa ainda reforçou que os ataques aos povos da TI Yanomami acontecem desde a década de 1980, com a invasão de mais de 40 mil garimpeiros. “O que se vê em 2023 é a história se repetindo, o que é muito grave”, reforçou.
“Pedimos apoio internacional para ajudar o governo brasileiro a chegar urgentemente às aldeias mais distantes e para a retirada urgente do garimpo da Terra Yanomami”, destacou.
Com informações do Metrópoles.