22 de novembro de 2024

A professora Lola Aronovich, da Universidade Federal do Ceará (UFC) é um exemplo de mulher que luta e luta e não desiste de forma alguma.

Tem uma forte militância nas redes sociais onde fala sobre a luta das mulheres e a democracia, e luta contra a violência, o discurso de ódio, o preconceito, a homofobia e todo tipo de atitude não civilizatória.

Ela é um exemplo para várias mulheres que vivem sendo ameaçadas. E a professora Lola vive sendo ameaçada. A mais recente ameaça vem repercutindo bastante aqui no Ceará.

Tanto vem repercutindo que o Sindicato dos Docentes da URCA (Universidade Regional do Cariri) Soltou uma nota de solidariedade à Lola Aronovich que diz:

“Há pelo menos 12 anos a Professora Lola Aronovich, do Departamento de Letras Estrangeiras da UFC, vem denunciando ameaças de morte e estupro que sofre por parte de grupos masculinistas. O SINDURCA repudia veementemente os ataques e expressa sua solidariedade à Professora Lola, endossando seus pedidos por investigação. Que nenhuma ameaça ou ato contra a integridade física, psicológica ou material de uma mulher possa ser tolerado! No Brasil, a cada 2 horas uma mulher se torna vítima de feminicídio, por isso, clamamos que essas denúncias sejam levadas a sério! Pela vida, pela dignidade e pela integridade das mulheres!”

A situação da professora levou o Governo Federal a sancionar a Lei Lola (13.642/18), em 2018, destinada a investigação de casos de misoginia na internet pela Polícia Federal. A experiência de Lola nessa luta também a fez ser convidada para integrar o novo grupo de trabalho criado pelo governo federal, no final de fevereiro, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A professora Lola é uma feminista com bastante atuação. No ano de 2008 criou o blog Lola Escreva em que falava sobre vários temas como cultura, política, feminismo e combate ao discurso de ódio. Nesses 12 nos em que vem sendo vítima desse discurso de ódio, a professora observa que há uma infinidade de crimes contra mulheres a internet.

Em recente entrevista ao jornal O Povo foi perguntada sobre o que fazer para combater o discurso de ódio na internet. Ela respondeu: “Precisa ter uma regularização, as plataformas precisam ser responsabilizadas, precisa ter um diálogo maior com as plataformas também. Tem que ter algum limite. Antes de ter o blog, eu era mais liberal, mas depois mudei, pensei que há coisas que não trazem absolutamente nenhum benefício para a sociedade, muito pelo contrário, espalham ódio, mentiras, desinformação e recrutam pessoas para fazerem massacres. Você quer dar liberdade de expressão pra um bando de gente com problemas? Não. Eu acho também que tudo passa pela educação. A gente tem que ter espaços nas escolas para que as crianças e os adolescentes possam conversar sobre isso, possam realmente falar sobre internet”.

(**) Com informações do jornal O Povo