22 de novembro de 2024

Por Marieta Alencastro

A cidade está imersa em um sonho de guerra sem retorno. As escuras nuvens estacionadas na frente da mansão revelam que o tempo pode não ser tão parcimonioso como esperam aqueles que o perdem.

As ruas naqueles dias vêm andando intensas, com pessoas cada vez mais nervosas. A violência bate nas portas e não pede licença e isso deixa todos em polvorosa. Assim, os dias infinitos vão passando e as pessoas perdendo seus nervos.

Um dia desses se relatou nos jornais que um homem velho tinha sido morto por causa de um charuto. Outro dia uma criança foi abandonada pelos pais. Os abrigos estão entupidos de pessoas sem nada, tampouco com esperança.

Os dias passam correndo e tristes. E tem gente que fica em casa, próximo às suas janelas de vidro e muito bem reforçadas, fugindo de tudo, escondidas e com medo até da vida.

As pessoas gostam de ficar histéricas. Isso ajuda a manipular as outras quando a coisa está prestes a desandar. Ficam em suas janelas engomadas, longe da realidade e dizendo suas próprias realidades.

As janelas estão piorando o mundo, diria alguém desavisado. Não são as janelas, são algumas mentes.